Produtores de açúcar orgânico em SP entram em alerta com possível tarifa dos EUA: 'Negociação é vital'
Produtores de açúcar orgânico em SP temem tarifas dos EUA

O clima nos canaviais paulistas está tenso — e não é por causa da seca. Produtores de açúcar orgânico do interior de São Paulo estão com o pé atrás depois que rumores sobre novas tarifas dos Estados Unidos começaram a circular. Se confirmadas, essas barreiras comerciais podem virar um verdadeiro pesadelo para um setor que já enfrenta desafios suficientes.

"É como se jogassem um balde de água fria na nossa produção", desabafa um agricultor de Ribeirão Preto que prefere não se identificar. Ele não está sozinho nessa preocupação. Pelo menos 15 usinas da região estão de olho no desenrolar dessa história.

O Xis da Questão

Os americanos consomem cerca de 40% do açúcar orgânico exportado pelo Brasil — números que fazem qualquer um ficar de cabelo em pé. Com possíveis tarifas chegando a 30%, os cálculos de rentabilidade simplesmente não fecham. Alguns especialistas já falam em prejuízos que podem ultrapassar os R$ 200 milhões só neste ano.

Não é de hoje que o açúcar brasileiro enfrenta obstáculos lá fora. Mas dessa vez, o tom é diferente. "A negociação precisa ser ágil como um corte de cana no auge da safra", brinca o diretor de uma associação local, antes de ficar sério: "Mas sem brincadeira — é essencial evitar que isso vire uma bola de neve".

Jogo de Estratégia

Enquanto isso, os produtores se movimentam:

  • Reuniões emergenciais com o Ministério da Agricultura
  • Contratação de consultoria especializada em comércio exterior
  • Busca por novos mercados na Ásia e Oriente Médio

Curiosamente, alguns enxergam uma oportunidade nessa crise. "Pode ser a chance de diversificarmos", pondera uma empresária do ramo, enquanto ajusta os óculos. "Mas claro, ninguém quer trocar o certo pelo duvidoso."

O Ministério da Agricultura já sinalizou que está "de olho" na situação, mas até agora não há uma posição oficial. Enquanto isso, os produtores seguem entre a cruz e a espada — colhendo cana com uma mão e checando notícias internacionais com a outra.