
Parece que o pesadelo decidiu voltar para assombrar. Exatamente três meses depois do primeiro desastre, as chamas retornaram com força total à Cooperativa Dália Alimentos, em Não-Me-Toque. Desta vez, o fogo pegou de jeito — e não foi pouco.
O Corpo de Bombeiros recebeu o chamado por volta das 22h30 de sexta-feira. Quando chegaram ao local, o cenário era desolador: silos e armazéns completamente tomados pelas chamas, que pareciam dançar com uma fúria incomum. Uma verdadeira guerra contra o fogo se instalou, com equipes se revezando numa batalha que durou horas.
Deja vu com cheiro de queimado
Quem acompanha a região sabe — essa história já aconteceu antes. Em julho, praticamente o mesmo cenário se repetiu. Agora, a pergunta que não quer calar: como pode uma tragédia dessas se repetir em tão pouco tempo?
Os prejuízos, segundo fontes próximas à cooperativa, são simplesmente incalculáveis. Estamos falando de estruturas que armazenavam toneladas de grãos — o sustento de dezenas de agricultores da região. O chefe dos Bombeiros, tenente Cristiano da Silva, não escondeu a preocupação: "É uma situação extremamente complexa, que exige um trabalho minucioso para evitar ainda mais danos".
O que restou?
Das estruturas atingidas, pouco sobrou. Os silos — aquelas torres imponentes que normalmente abrigam as safras — foram consumidos com uma voracidade assustadora. Os armazéns, idem. Uma cena que mistura tristeza e incredulidade.
E o pior? Ninguém se feriu. Parece bom, mas também é preocupante — significa que o fogo começou quando não havia ninguém por perto. O que levanta questões sobre monitoramento e prevenção.
Agora, a cooperativa enfrenta seu segundo grande baque em menos de um trimestre. Como se recuperar de um golpe desses? Quem paga a conta? Os agricultores, é claro, são os mais prejudicados — gente que trabalha o ano inteiro para ver parte do fruto de seu trabalho virar cinzas.
Enquanto isso, as investigações começam. As causas ainda são um mistério, mas uma coisa é certa: a comunidade de Não-Me-Toque vive novamente dias de apreensão e solidariedade. Resta saber se, desta vez, lições serão aprendidas — ou se estaremos aqui novamente daqui a três meses, contando a mesma história triste.