Alerta da CNC: Compartilhar material genético do café pode arruinar lavouras brasileiras
CNC alerta: riscos ao compartilhar material genético do café

Imagine uma praga invisível, silenciosa, capaz de dizimar plantações inteiras em questão de semanas. Pois é, o pesadelo pode estar mais perto do que os cafeicultores imaginam — e a culpa, pasme, pode ser de um gesto aparentemente inocente: compartilhar mudas ou sementes sem critério.

A CNC (Conselho Nacional do Café) soltou um alerta de rachar o céu esta semana. E não é exagero. O material genético do café — aquele que garante a qualidade dos grãos e a resistência das plantas — está virando moeda de troca em algumas regiões. Resultado? Um risco danado de introduzir pragas, doenças ou, pior ainda, contaminar variedades premium com genética duvidosa.

O perigo mora no "faça-você-mesmo" agrícola

Você já viu aqueles grupos de WhatsApp onde produtores trocam até receita de bolo? Pois é, neles rola de tudo — inclusive ofertas de mudas "caseiras", sem qualquer certificação. Parece econômico, mas a conta pode chegar salgada. Um único broto contaminado com ferrugem-do-cafeeiro ou broca-do-café vira uma bomba-relógio.

"É como emprestar escova de dentes usada", brinca (ou não) o técnico agrícola Carlos Mendonça, de Minas Gerais. Ele viu lavouras inteiras definharem depois que um vizinho "bem-intencionado" distribuiu mudas infectadas. "O prejuízo? Calculo uns 30% da safra na região."

Por que a CNC está botando o pé no chão

  • Contaminação genética: Cruzamentos acidentais podem arruinar décadas de pesquisa
  • Pragas importadas: Uma única semente irregular pode trazer doenças inexistentes no Brasil
  • Mercado externo: Países compradores estão de olho na rastreabilidade total

E tem mais: o Brasil — maior exportador mundial — não pode bancar o papel de "faz-tudo" desorganizado. A Europa, por exemplo, já barrou carregamentos por resíduos de agrotóxicos. Imagine se descobrirem vírus novos em nossos grãos?

A solução? Menos "gambiarra", mais ciência

Os especialistas batem na tecla: só use material certificado. Parece óbvio, mas no calor da crise (quando o pé dá sinal de fraqueza), o produtor acaba apelando. "É uma economia burra", dispara a engenheira agrônoma Luísa Campos. "O custo de uma muda irregular é infinitamente menor que o prejuízo de uma lavoura perdida."

Para quem acha exagero, um dado: em 2021, o Paraná perdeu 40 mil hectares de café por conta de uma praga introduzida por sementes piratas. Quer pagar pra ver?