
Puxa, o que está acontecendo com o algodão? O cenário não está nada animador para os produtores. A pluma — aquela que vestiu meio mundo — está com o valor despencando na bolsa de Chicago como se não houvesse amanhã.
Na terça-feira (20), pra ser mais exato, o contrato mais negociado simplesmente fechou em 68,31 centavos de dólar por libra-peso. Traduzindo: é o pior resultado desde… novembro do ano passado! Uma queda de 1,27% num dia só. Quem acompanha o mercado sabe — isso não é pouco.
E não para por aí. Olhando a semana, a situação fica ainda mais cinza. Quase 3% a menos em apenas cinco dias. Quem diria, né?
Mas afinal, por que o algodão está nessa enrascada?
Dois fantasmas assombram os preços: a valorização do dólar e — pasmem — expectativas de aumento na produção dos Estados Unidos. Sim, aquele mesmo país que é gigante no jogo.
Com o dólar mais forte, as commodities ficam mais caras em outras moedas. E aí a demanda murcha. Como um balde de água fria nos contratos futuros.
E tem mais. O mercado anda especulando que os americanos vão colher ainda mais algodão do que se esperava. E oferta maior, com demanda fraca? Só pode dar nisso: preço lá embaixo.
E o clima? Sempre ele…
Ah, o tempo — aquele fator que ninguém controla. Nos EUA, as previsões climáticas estão… favoráveis. Sem grandes sustos. Isso tranquiliza o mercado de que não vai faltar produto. E quando o traders ficam tranquilos, a pressão compradora some. Fica a dica.
É aquela velha história: notícia boa no campo às vezes é notícia ruim no bolso do produtor.
E no Brasil, como fica a parada?
O nosso algodão deu uma segurada na queda, mas só um pouquinho. A média do dia ficou em R$ 4,0204 a arroba — uma ligeira alta de 0,07%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Mas, olhando de longe, a tendência ainda é de preocupação. O mercado interno sente o tombo externo.
Resumindo a ópera: é hora de ficar de olho. O mercado de algodão está numa montanha-russa, e pelo visto, a descida ainda não terminou.