
Não é de hoje que o café brasileiro enfrenta barreiras para conquistar mercados internacionais. Mas a última novidade — a tal da tarifa zero com os Estados Unidos — está deixando os exportadores com um pé atrás. Será que dessa vez vai? Difícil acreditar.
O clima entre os produtores é de cautela. Afinal, promessas de facilidades comerciais já foram feitas antes e... bem, você sabe como termina. "A gente ouve muito discurso, mas na prática é sempre mais complicado", comenta um exportador de Minas Gerais, que prefere não se identificar.
O jogo político por trás dos grãos
Enquanto Washington discute números, o Brasil torce para que a pauta avance. Mas convenhamos: quando o assunto é comércio exterior, os interesses são tão complexos quanto um espresso triplo sem açúcar. De um lado, a indústria americana pressiona; do outro, os produtores brasileiros esperam por uma brecha.
E não é só isso:
- O custo logístico já consome boa parte da margem de lucro
- A concorrência com outros países produtores está acirrada
- As negociações parecem sempre emperrar na hora H
O que dizem os números?
Parece brincadeira, mas o Brasil — maior exportador mundial de café — ainda enfrenta obstáculos para colocar seu produto no mercado americano sem tarifas. No ano passado, foram mais de 35 milhões de sacas enviadas ao exterior, mas os EUA compraram apenas uma fração disso com taxas reduzidas.
"É como se você tivesse o melhor produto da feira, mas só pudesse vender uma parte por um preço justo", compara uma analista do setor, enquanto toma seu café preto — orgulhosamente brasileiro, é claro.
E agora, José?
Enquanto o governo federal fala em "diálogo construtivo", os cafeicultores seguem cultivando suas dúvidas junto com os pés de café. Alguns até brincam que acreditar em tarifa zero é como esperar que um café esfrie no inverno mineiro — pode até acontecer, mas não conte com isso.
No meio de tanta incerteza, uma coisa é certa: o Brasil continuará produzindo aquele que muitos consideram o melhor café do mundo. Com ou sem tarifa, o produto brasileiro não perde seu lugar no mercado internacional — mesmo que precise driblar alguns obstáculos pelo caminho.