O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, manifestou preocupação com a necessidade imediata de o Brasil avançar nas negociações para reduzir as sobretaxas aplicadas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. A declaração foi realizada neste sábado, 15 de novembro de 2025, em resposta à recente decisão norte-americana.
Panorama das tarifas americanas
Segundo análise preliminar da CNI, a medida anunciada pelo governo dos Estados Unidos beneficia oitenta itens exportados pelo Brasil, que somaram US$ 4,6 bilhões em 2024, representando aproximadamente 11% do total das exportações brasileiras para o mercado americano.
Ricardo Alban destacou que a decisão norte-americana "expõe a urgência" de o Brasil continuar negociando a remoção da sobretaxa de 40% que ainda incide sobre diversos produtos da pauta de exportação. "Países que não enfrentam essa sobretaxa terão mais vantagens que o Brasil para vender aos americanos", alertou o líder industrial.
Limitações na isenção tarifária
A análise da CNI revela uma situação preocupante: apenas quatro itens ficarão completamente livres das tarifas impostas pelos EUA. Os produtos que conquistaram isenção total são castanha do Pará e três tipos de suco de laranja.
Os outros 76 itens da lista, que incluem produtos onde o Brasil tradicionalmente se destaca como fornecedor, como carne bovina e café não torrado, continuarão enfrentando a tarifa de 40% para ingressar no mercado americano, mesmo após a decisão de redução anunciada por Donald Trump.
Impacto nas negociações comerciais
Alban enfatizou a importância estratégica das negociações em curso: "É muito importante negociar o quanto antes um acordo para que o produto brasileiro volte a competir em condições melhores no principal destino das exportações industriais brasileiras".
As discussões tarifárias estão sendo conduzidas pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira e pelo secretário do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio. A redução das tarifas assume especial relevância considerando que desde que Trump impôs tarifas a produtos importados, carne e café tiveram fortes aumentos de preços no mercado americano.
O decreto assinado por Donald Trump que remove a tarifa básica tem como objetivo declarado reduzir o custo de vida dos norte-americanos, mas mantém desafios significativos para os exportadores brasileiros que precisam competir em condições de igualdade no mercado internacional.