
Parece que o mundo finalmente está descobrindo o que nós, nordestinos, sempre soubemos: nossa terra produz alguns dos sabores mais incríveis do planeta. E agora, essa riqueza toda está ganhando palco internacional — e que palco!
Imagine só: mais de 30 produtores da agricultura familiar nordestina, aqueles que muitas vezes trabalham no anonimato, agora estão representando o Brasil na ANUGA 2025. Estamos falando da maior feira de alimentos do mundo, que acontece em Colônia, na Alemanha. Não é pouca coisa, não.
Uma verdadeira embaixada do sabor
O que esses produtores estão levando para mostrar ao mundo? Uma variedade que dá água na boca só de pensar. Castanha de caju — aquela que a gente sabe que é a melhor do mundo —, frutas tropicais que parecem ter sido banhadas pelo sol nordestino, mel de abelhas que passeiam por nossas caatingas e cerrados, e até aquelas bebidas típicas que são praticamente um pedaço líquido da nossa cultura.
E sabe o que é mais impressionante? Muitos desses produtores vieram de comunidades que, até pouco tempo atrás, mal sonhavam em vender para a cidade vizinha. Agora estão negociando com compradores de toda a Europa, Ásia, Estados Unidos... O mundo inteiro, basicamente.
Por trás dessa conquista
Claro que essa história não é só sobre sorte. Tem muito suor e estratégia por trás. O projeto é uma parceria da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Eles não só bancaram a viagem como prepararam esses produtores durante meses — desde como embalar os produtos até como negociar em dólar e euro.
E pensar que alguns desses agricultores nunca tinham nem saído de seus estados... Agora estão mostrando para alemães, franceses, chineses que o Nordeste brasileiro é muito mais que praias bonitas e carnaval.
O que isso significa na prática?
Além do orgulho — que já é enorme —, tem o retorno financeiro, claro. Só no ano passado, a agricultura familiar do Nordeste movimentou cerca de R$ 3 bilhões com vendas internacionais. E tudo indica que 2025 vai bater esse recorde fácil.
Mas o mais importante, na minha opinião, é que essa exposição internacional está mudando a própria forma como esses produtores veem seu trabalho. Eles percebem que não são "só" agricultores — são guardiões de saberes ancestrais, são empreendedores, são embaixadores da nossa terra.
Dá até um certo aperto no coração de ver uma senhora que aprendeu a fazer queijo com a avó agora explicando para um empresário alemão porque aquele produto tem gosto de Brasil.
O futuro que já começou
Enquanto escrevo isso, imagino aqueles estandes coloridos em Colônia, cheios de produtos que carregam o cheiro da nossa terra. E fico pensando: será que os europeus conseguem sentir, no sabor de um umbu ou de uma cajá, o calor do sol nordestino?
Uma coisa é certa: essa participação na ANUGA não é um ponto final, mas uma vírgula. Uma pausa para respirar antes da próxima conquista. Porque quando a agricultura familiar mostra sua força, todo o Brasil ganha.
E olha, depois de uma notícia dessas, até parece que o futuro do agronegócio brasileiro tem sabor — e é um sabor bem nordestino.