
O Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo resolveu botar o dedo na ferida — e não foi pouco. Nesta terça-feira (18), o órgão exigiu que a prefeitura reajuste em 21% o preço dos certificados imobiliários vinculados à Operação Faria Lima. E olha que o timing não poderia ser pior: o leilão dos terrenos estava marcado para acontecer justamente hoje.
Parece que alguém no TCM acordou com o pé esquerdo. O reajuste, que não estava nos planos da prefeitura, cria mais um entrave para um processo que já vinha cheio de idas e vindas. "É como querer consertar o telhado no meio do temporal", comentou um assessor que preferiu não se identificar — e dá pra entender o porquê.
O que isso significa na prática?
Os certificados imobiliários (Cepacs) são aqueles "bilhetes" que as construtoras compram para poder construir além do limite básico. Com o reajuste, cada metro quadrado adicional vai custar bem mais caro. E adivinha só? Quem paga a conta no final somos nós, é claro.
Detalhe curioso: o valor atual dos Cepacs já estava defasado desde 2020. Mas ninguém tinha tido a brilhante ideia de mexer nisso até agora — justo quando o leilão estava prestes a rolar. Coincidência? Difícil acreditar.
E o leilão?
Bom, esse é o xis da questão. Com a decisão do TCM, a prefeitura terá que:
- Recalcular todos os valores dos lotes
- Republicar os editais
- Dar novo prazo para as empresas se prepararem
Traduzindo: adeus, leilão rápido. Olá, burocracia sem fim. Alguns especialistas estimam que o processo pode levar meses para ser refeito — tempo suficiente para esfriar o ânimo do mercado.
Enquanto isso, a prefeitura tenta minimizar o estrago. Em nota oficial, afirmou que "analisará a decisão e tomará as providências necessárias". Ou seja, aquele silêncio constrangedor de quem foi pego de surpresa.
Resta saber se as construtoras vão engolir esse sapo. Afinal, ninguém gosta de ver as regras mudarem no meio do jogo — ainda mais quando o jogo envolve milhões de reais.