
Numa jogada que mistura urgência e cansaço, o deputado Roberto Cidade (PV-AM) decidiu bater novamente na mesma tecla — e dessa vez com o martelo da impaciência. O alvo? A BR-319, aquela estrada que mais parece um quebra-ossos do que uma rodovia federal.
"É inacreditável", dispara o parlamentar, enquanto reorganiza pilhas de documentos sobre sua mesa. "A população está há décadas esperando por uma solução definitiva." E ele não exagera: quem já percorreu os 885 km entre Manaus e Porto Velho sabe que a viagem pode ser uma loteria — com buracos no lugar dos números.
O jogo da culpa
Na última quarta (18), Cidade fez nova convocação ao superintendente regional do DNIT, Marcelo Henrique. Não é a primeira, nem provavelmente será a última. "Eles dizem que estão trabalhando, mas o progresso é mais lento que o trânsito num trecho alagado", ironiza.
- Mais de 60% da pista com problemas estruturais graves
- Trechos intransitáveis durante o inverno amazônico
- Acidentes frequentes por falta de sinalização adequada
Curiosamente — ou previsivelmente —, o DNIT alega "questões orçamentárias". Mas será mesmo só isso? Cidade levanta a sobrancelha: "Quando é obra em outros estados, o dinheiro aparece como mágica."
O preço do descaso
Enquanto a burocracia empaca, o prejuízo rola solto:
- Produtos agrícolas chegam estragados aos mercados
- Custos logísticos disparam como foguete de São João
- Turismo na região sofre com a má reputação da rodovia
"Isso aqui não é só asfalto", defende o deputado, acentuando cada sílaba. "É desenvolvimento econômico, é qualidade de vida, é dignidade." E quem discorda?
PS: O superintendente prometeu nova reunião para setembro. A população, claro, continua na torcida — e nos buracos.