Imagine abrir as portas de um armazém e se deparar com pilhas de alimentos, eletrônicos e até brinquedos — tudo confiscado em operações da Receita Federal. Pois é exatamente isso que aconteceu em Confins, região metropolitana de Belo Horizonte, onde 39 toneladas de mercadorias apreendidas ganharam um novo destino.
Numa jogada que mistura justiça fiscal com solidariedade, os fiscais transformaram papelada burocrática em cestas básicas. "Quando a lei permite, preferimos ver esses produtos nas mãos de quem precisa", comentou um agente, enquanto carregavam caixas de leite em pó com validade próxima — detalhe que faria qualquer mãe correr para o fogão.
O que tinha no lote?
- Alimentos não perecíveis (arroz, feijão, óleo)
- Eletrônicos sem nota fiscal
- Brinquedos importados irregularmente
- Peças automotivas suspeitas
Curiosamente, entre os itens doados havia até smartphones de última geração — aqueles que normalmente "desaparecem" nas malhas da alfândega. "São produtos legais, mas sem documentação. Melhor virar ajuda social do que mofo em depósito", justificou um técnico, enquanto etiquetava caixas para asilos.
O aeroporto de Confins, mais acostumado a malas perdidas que a cargas apreendidas, virou palco dessa operação incomum. Enquanto isso, em instituições beneficiadas, as cozinheiras já planejavam cardápios: "Com esse azeite da Itália, até a sopa vai ficar chique", brincou uma voluntária, equilibrando pacotes de macarrão.
E você, já parou pra pensar quantos produtos apreendidos poderiam estar enchendo barrigas em vez de prateleiras? A Receita Federal de Minas mostrou que, às vezes, o melhor destino para uma mercadoria irregular é exatamente onde a lei não chegou — mas a fome, sim.
