Prefeitura de Piracicaba em apuros: prédio irregular há 37 anos e ninguém resolve
Prefeitura de Piracicaba irregular há 37 anos

Parece piada, mas não é. O prédio da Prefeitura de Piracicaba, símbolo do poder municipal, está irregular desde o dia em que foi inaugurado — sim, você leu certo: 37 anos atrás. E o pior? Ninguém parece disposto a resolver essa bagunça.

Imagine só: um imóvel que abriga secretarias, gabinetes e decisões importantes, funcionando sem o alvará de construção. É como dirigir um carro sem documento — só que, no caso, o "veículo" é uma estrutura de concreto que deveria ser exemplo de legalidade.

O que deu errado?

Segundo documentos obtidos pela reportagem, o problema começou ainda nos anos 80, quando a obra foi finalizada às pressas (coisa que, convenhamos, nunca dá certo). Faltou aprovação de projetos, vistoria do Corpo de Bombeiros e — pasmem — até hoje não há um laudo técnico definitivo.

  • 1988: inauguração do prédio sem alvará
  • Anos 90: primeiras tentativas frustradas de regularização
  • 2000s: promessas não cumpridas em três gestões diferentes

E enquanto isso, funcionários públicos trabalham diariamente num local que, tecnicamente, não deveria estar em uso. Ironicamente, é dali que saem as multas para construções irregulares na cidade.

O jogo de empurra-empurra

Perguntado sobre o caso, o atual prefeito afirmou que "está ciente" e que "busca soluções". Mas sabe como é — essa mesma frase já foi dita por seus quatro antecessores. Enquanto isso, a Defesa Civil emite relatórios anuais alertando para riscos estruturais, que são arquivados e esquecidos.

Moradores ouvidos pela reportagem demonstraram uma mistura de indignação e resignação. "Todo mundo sabe que tá errado, mas ninguém faz nada", disse uma aposentada que preferiu não se identificar. "Prefeitura manda na cidade, mas não consegue resolver os próprios problemas", completou um comerciante local.

O caso chega a ser cômico, se não fosse trágico. Afinal, quantas leis municipais foram criadas nesse prédio que, ele mesmo, desrespeita a legislação? Alguém aí viu a contradição?