
Pois é, galera do Amazonas — a paisagem do Tarumã-Açu vai dar uma repaginada nos próximos anos. O Ministério Público estadual soltou um plano que, digamos, não vai agradar todo mundo: a retirada escalonada daquelas casas e comércios flutuantes que viraram cartão-postal (e problema crônico) do lago.
Como vai funcionar?
Nada de remoção brusca — a ideia é um desmonte organizado até 2027. Primeiro, vão mapear cada palafita como se fossem peças de dominó prestes a cair. Depois, vem a fase de notificações (aquela burocracia que ninguém gosta, mas sabe que é necessária).
E olha só o detalhe: os critérios não são só ambientais. Tem gente que mora há décadas nesses flutuantes, criou raízes — literalmente — sobre as águas. O MP promete diálogo, mas... você conhece como é, né? Quando o assunto é desapropriação, sempre sobra um gosto amargo.
Entre a ecologia e a economia
De um lado, biólogos batendo palmas — afinal, o assoreamento do Tarumã-Açu já virou até piada entre os pescadores locais. Do outro, donos de restaurantes flutuantes fazendo contas: como realocar um negócio que depende 100% daquele cenário aquático?
"É tipo querer mudar o Teatro Amazonas para o meio do deserto", brincou um comerciante que prefere não se identificar. A comparação pode ser exagerada, mas você entendeu o espírito.
O que diz a lei
- Área de preservação permanente desde 2012 (quem lembra?)
- Multas diárias para quem insistir na ocupação irregular
- Programa de reassentamento em discussão — mas ainda no papel
E aí, será que vai pegar? Em Manaus, todo mundo sabe: entre o que está no decreto e o que acontece na prática, sempre existe um abismo. Desta vez, porém, o MP parece disposto a encurtar essa distância.
Fiquem de olho: os primeiros embates judiciais devem começar ainda este ano. Enquanto isso, o lago segue lá — meio patrimônio, meio problema — esperando seu novo capítulo.