
Imagine passar dois dias no escuro, sem geladeira funcionando, comida estragando e crianças chorando de calor. Foi exatamente isso que aconteceu com os moradores do Conjunto Marcos Freire II, em São Cristóvão, e a paciência simplesmente acabou.
Na tarde desta sexta-feira (25), um grupo de residentes decidiu fechar uma das ruas do bairro com pneus queimados — o jeito que encontraram para chamar atenção da Enel, concessionária responsável pelo serviço. "É um descaso sem tamanho", desabafa Maria dos Santos, 62 anos, que tem medicamentos na geladeira. "Minha insulina tá quase virando água."
O que diz a Enel?
Quando questionada, a empresa soltou aquele comunicado padrão — sabe como é — dizendo que "as equipes técnicas estão trabalhando para normalizar o mais rápido possível". Só esqueceram de mencionar que o problema começou na quarta-feira (23) após uma chuva forte (que, diga-se de passagem, nem foi das piores).
Os mais afetados:
- Idosos com medicamentos termossensíveis
- Mães com crianças pequenas
- Comércios locais perdendo produtos
Curiosamente, bairros vizinhos tiveram a energia restabelecida em poucas horas. Será que o Marcos Freire II virou uma ilha de esquecimento? Alguns moradores já falam em processar a concessionária por danos materiais — e não é pra menos.
E agora?
Enquanto a luz não volta, a comunidade se organiza: vizinhos com geradores abrigam alimentos perecíveis de famílias vulneráveis. Uma solidariedade que, ironicamente, ilumina mais que a própria Enel.