
Imagine acordar e descobrir que, mais uma vez, não há uma gota d'água na torneira. Nem para escovar os dentes, muito menos para o café da manhã. Pois é, essa é a realidade dura e seca que os moradores de um bairro em São Carlos (SP) enfrentam há semanas — e a paciência já está no limite.
"É desumano!" desabafa Dona Maria, 62 anos, enquanto mostra a pilha de baldes vazios na cozinha. Ela, que já perdeu as contas de quantas noites dormiu sem conseguir tomar banho, diz que a situação "virou um pesadelo sem fim". E não está sozinha.
O bairro que virou um deserto
De acordo com relatos, o problema não é novo — mas piorou drasticamente nos últimos dois meses. Algumas ruas ficam até 72 horas sem abastecimento, obrigando famílias a:
- Armazenar água em baldes (quando ela volta)
- Depender de caminhões-pipa
- Gastar fortunas com água mineral
E o pior? Nem a prefeitura parece saber ao certo o motivo. "Estamos investigando", diz um comunicado vago que, francamente, não convence ninguém.
Efeitos colaterais
Além do óbvio desconforto, a falta crônica de água já causa:
- Problemas de saúde (imagine crianças sem higiene adequada)
- Prejuízos econômicos (comércios fechando mais cedo)
- Atritos entre vizinhos (quem pega água "demais")
Curiosamente, ruas vizinhas — supostamente no mesmo sistema — não sofrem igual. "É como se tivéssemos sido esquecidos", comenta um morador, enquanto aponta para casas a apenas 200 metros com água normal.
Promessas vs. Realidade
A prefeitura — sempre ela — garante que "trabalha para resolver" o problema. Mas os moradores, cansados de ouvir o mesmo disco riscado, já não acreditam. "Todo mês é a mesma novela", suspira um pai de família, mostrando mensagens não respondidas no aplicativo oficial.
Enquanto isso, a vida segue... ou melhor, parou para quem depende de um recurso tão básico. Resta saber quanto tempo mais essa situação — que já beira o absurdo — vai continuar.