
Pois é, meus amigos, a discussão que estava esquentando os corredores da Câmara de Taubaté finalmente chegou a um veredito — pelo menos por enquanto. O projeto de lei que queria passar a chave do Parque do Itaim para a iniciativa privada levou um não retumbante dos parlamentares.
E não foi um não qualquer. Foi daqueles pareceres contrários bem fundamentados, cheio de considerações técnicas que fizeram mais de um vereador coçar a cabeça. A relatoria, sabiamente, apontou uma penca de problemas na proposta original.
O que estava em jogo?
Imagine só: um dos poucos espaços verdes de grande porte na região, nas mãos de empresas. A ideia, claro, veio com promessas de melhorias, investimentos em infraestrutura e um monte de outras benesses. Mas, cá entre nós, será que o mercado realmente preserva ou só explora?
Os técnicos da casa foram enfáticos. Eles destacaram — e isso é crucial — a falta de clareza nos critérios para escolha da tal futura concessionária. Parece que o edital estava mais para rascunho do que para documento sério.
- Nenhuma garantia concreta de manutenção da área verde
- Silêncio ensurdecedor sobre contrapartidas sociais
- Riscos altíssimos de popularizar o acesso — literalmente
Não me surpreende. Já vimos esse filme antes em outras cidades, e o final raramente é feliz para o cidadão comum.
O clima da votação
A sessão estava daquelas! Tempos atrás, o prefeito havia enviado a proposta cheio de esperanças, mas a realidade legislativa é bem diferente dos gabinetes do executivo. Os vereadores, pressionados por ambos os lados, pareciam estar numa corda bamba.
De um lado, o discurso da "modernização" e "eficiência" privada. Do outro, a defesa ferrenha de um patrimônio público que pertence — pasmem — ao público. Qual lado vocês acham que prevaleceu?
Exatamente. O povo falou mais alto, através de seus representantes. A sociedade civil organizada fez barulho, enviou manifestações, e a Câmara, para variar, ouviu.
E agora, José?
Com o parecer contrário da comissão, o projeto volta para a estaca zero. Tecnicamente, até poderia ser votado em plenário, mas ia passar vergonha. A rejeição era tão evidente que nem tentaram.
Isso não significa, claro, que a proposta morreu para sempre. Na política, como sabemos, mortos sempre ressuscitam — especialmente em épocas de vacas magras nos cofres públicos. Mas por enquanto, o Itaim continua nosso.
Uma vitória, digamos, da cidadania sobre a spreadsheet financeira. Afinal, some aí: quantos metros quadrados de área verde por habitante temos na cidade? Pois é. Melhor preservar os poucos que nos restam.