BNDES: O motor invisível por trás do Marco do Saneamento no Brasil
BNDES foi essencial para Marco do Saneamento, diz diretora

Parece que foi ontem, mas já faz quatro anos. O Marco Legal do Saneamento Básico, aquele projeto que prometia revolucionar o acesso à água e esgoto no país, completou aniversário – mas não foi presente que faltou. Foi ação concreta.

E quem segurou a ponta, segundo Natália Marcassa, diretora de infraestrutura do BNDES, foi justamente o banco. "Sem o BNDES, o marco seria só mais uma lei bonita no papel", soltou ela, sem papas na língua, em entrevista exclusiva.

O jogo das cadeiras vazias

Você já viu aqueles projetos que todo mundo aplaude, mas ninguém bota a mão no bolso? Pois é. Quando o marco foi aprovado em 2020, o setor privado ficou naquele vai-não-vai. Medo de investir, sabe como é? Aí entrou o BNDES como fiador moral – e financeiro.

Os números falam por si:

  • R$ 14,5 bilhões em financiamentos aprovados
  • 37 projetos de saneamento apoiados
  • Meta de universalização até 2033

Mas não foi só dinheiro. O banco fez o meio de campo entre governos e empresas, quebrando resistências. "Tivemos que convencer todo mundo que dava pra fazer", contou Natália, lembrando das reuniões intermináveis.

O pulo do gato

O segredo? Modelos híbridos de financiamento. Enquanto uns bancos torciam o nariz, o BNDES criou soluções sob medida:

  1. Linhas de crédito com prazos alongados (até 25 anos!)
  2. Garantias para atrair capital privado
  3. Assessoria técnica de ponta a ponta

Resultado? Projetos que estavam engavetados há décadas saíram do papel. Só no Rio de Janeiro, mais de 2 milhões de pessoas ganharam acesso à rede de esgoto – coisa que parecia utopia.

E o futuro? A diretora adianta que o banco não vai tirar o pé agora. Com a meta de 99% de cobertura até 2033, ainda tem muito chão – literalmente – pela frente. O desafio agora são as pequenas cidades, onde o retorno financeiro é menor, mas o impacto social é gigante.

No fim das contas, a lição que fica é clara: no Brasil, de boas intenções o inferno está cheio. Precisa ter quem coloque a mão na massa – e no cheque. E dessa vez, pelo menos, teve.