
O senador Davi Alcolumbre (sem partido-AP) não esconde o entusiasmo. E não é pra menos. Os estudos sobre as reservas de petróleo na Margem Equatorial — aquela faixa que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte — avançam a passos largos, e o clima é de otimismo. "Temos um potencial que pode mudar o jogo", solta o parlamentar, entre um café e outro no Senado.
Não é exagero. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) já está de olho na região, e os números impressionam: estimativas preliminares falam em bilhões de barris. Alcolumbre, que presidiu a Comissão de Infraestrutura, sabe que o caminho é longo, mas acredita que o Brasil pode dar um salto. "É como encontrar uma mina de ouro no quintal", compara, sem rodeios.
Por que a Margem Equatorial é tão cobiçada?
Primeiro, a geologia ajuda. A região tem características similares às da Guiana e Suriname, onde descobertas recentes viraram o jogo econômico. Segundo, o pré-sal já mostrou que o Brasil tem expertise em águas profundas. "Não estamos começando do zero", lembra Alcolumbre.
Mas calma, não é só festa. Os desafios são enormes:
- Logística complicada — estamos falando de áreas distantes da costa
- Custos altíssimos de exploração
- E, claro, a pressão ambiental, que não pode ser ignorada
Mesmo assim, o senador aposta nas parcerias público-privadas. "O modelo do pré-sal deu certo. Por que não repetir o sucesso?", questiona, enquanto ajusta o gravata. O timing, aliás, parece perfeito: com a transição energética em pauta, o petróleo ainda tem décadas de relevância.
E os próximos passos?
A ANP já tem estudos em andamento, e a expectativa é que os primeiros leilões ocorram nos próximos anos. Alcolumbre adianta que vai pressionar por agilidade — mas sem afrouxar os critérios técnicos. "Não dá pra errar na dose", brinca, lembrando os percalços do passado.
Enquanto isso, os estados do Norte e Nordeste se preparam. Empregos, royalties, desenvolvimento regional — a lista de expectativas é longa. Resta saber se a realidade vai corresponder ao hype. Uma coisa é certa: o debate sobre o futuro energético do país acaba de ganhar um novo capítulo.