Frigorífico usa helicóptero para jogar carne em Aparecida de Goiânia após tumulto
Helicóptero joga carne em Goiás após tumulto em ação solidária

Uma ação de distribuição de carne promovida por um frigorífico de Goiânia terminou em tumulto e precisou ser finalizada de forma inusitada: com a ajuda de um helicóptero. O episódio, ocorrido na quarta-feira (24), véspera do Natal, em Aparecida de Goiânia, gerou polêmica nas redes sociais e levou a empresa a se pronunciar.

Caos na distribuição leva à decolagem de emergência

De acordo com a nota oficial do Frigorífico Goiás, a organização tentou, por diversas vezes, estabelecer uma fila exclusiva para crianças durante a ação solidária. O objetivo era garantir uma experiência segura e ordenada para a entrega dos kits de alimento.

No entanto, a iniciativa não foi respeitada por alguns adultos presentes no local. A falta de colaboração, segundo a empresa, gerou uma situação de risco, tornando o ambiente caótico e perigoso. Diante do cenário, a empresa tomou uma decisão drástica.

“A decisão foi tomada exclusivamente por critérios de segurança”, afirmou o frigorífico. Para proteger a integridade de todos, a equipe optou pela decolagem do helicóptero, que então passou a jogar os pacotes de carne do alto, impossibilitando a permanência da aeronave no solo.

Empresário relata violência e decepção

O empresário Leandro Batista da Nóbrega, responsável pela ação que realiza há 11 anos, relatou ao g1 os problemas enfrentados. Ele contou que teve a roupa rasgada e que sua esposa foi machucada durante a confusão.

“Já faço isso tem 11 anos. Nunca imaginei que iria passar por isso”, declarou Nóbrega, expressando sua frustração com o desfecho do evento que tradicionalmente era pacífico.

Imagens divulgadas pela própria empresa e circulando nas redes sociais mostram a multidão aglomerada, com pessoas correndo em meio a uma nuvem de poeira, ilustrando a desordem que tomou conta do local.

Reações divididas nas redes sociais

A cena dos moradores correndo atrás dos pacotes de carne lançados do ar dividiu a opinião de internautas. Enquanto alguns elogiaram a iniciativa solidária do frigorífico, outros criticaram veementemente o método utilizado.

“Parabéns! Bela iniciativa!!”, comentou um seguidor nas redes da empresa.

Já outra pessoa rebateu: “Pode até ter boas intenções, mas da forma como foi feito, foi uma humilhação para a população”. O debate destacou a complexidade de ações assistenciais e a importância do planejamento logístico.

Não é a primeira polêmica do frigorífico

Este não é o primeiro caso que coloca o Frigorífico Goiás no centro de discussões públicas. Em setembro deste ano, a Justiça determinou que o estabelecimento retirasse um cartaz com os dizeres “Petista aqui não é bem-vindo”.

Após a decisão judicial, a empresa substituiu a placa por outra com a mensagem: “Ladrão aqui não é bem-vindo. Quem apoia ladrão também não”. Em outubro, no entanto, o Poder Judiciário determinou novamente a retirada do anúncio, sob pena de multa diária de R$ 1 mil, limitada a R$ 100 mil.

A ação foi movida pelo Ministério Público após denúncia do deputado estadual Mauro Rubem (PT). Na ocasião, o proprietário defendeu-se afirmando que o estabelecimento nunca proibiu a entrada de clientes por motivos políticos e que o cartaz já havia sido removido antes da ordem judicial.

O episódio da distribuição aérea de carne, somado às controvérsias anteriores, mantém o frigorífico em evidência, levantando discussões que vão desde a eficácia de ações sociais até os limites da liberdade de expressão no comércio.