Aos nove anos de idade, Ester Souza já viveu uma jornada que emociona o Brasil inteiro. Natural de Votuporanga, no interior de São Paulo, a menina se tornou um fenômeno nas redes sociais, acumulando quase um milhão de seguidores com suas pregações inspiradoras.
Da UTI ao púlpito: uma jornada de fé
A história de Ester começa muito antes das câmeras e dos seguidores. Desde que começou a falar, a menina já demonstrava uma conexão especial com a espiritualidade, mencionando Deus em suas brincadeiras e nas músicas que inventava. Porém, foi aos três anos que sua fé seria verdadeiramente testada.
Ester foi diagnosticada com uma bactéria no intestino que paralisou seus dois rins, levando-a a enfrentar seu maior desafio: 54 dias de internação hospitalar, sendo 24 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante a pandemia de 2020, em São José do Rio Preto.
O milagre do transplante e o início das pregações
Durante o período mais crítico da internação, a pequena Ester passou por sessões de hemodiálise e os médicos alertaram sobre a necessidade urgente de um transplante. Longe de casa e dos irmãos, a menina encontrou refúgio na oração.
Foi na UTI que Ester começou a falar da Bíblia com uma naturalidade que chamou a atenção da mãe, Adriana Souza. A menina passava o tempo conversando com Deus e pedindo para se recuperar logo. Impressionada, a mãe resolveu filmar esses momentos especiais.
Após a cirurgia bem-sucedida e a tão esperada alta médica, Ester percebeu que sua experiência tinha um propósito maior. "Quando eu tive a experiência na UTI, percebi que realmente a minha missão era espalhar para todo o mundo o amor de Jesus. Foi aí que eu intensifiquei mais ainda minhas pregações nos vídeos", revela a menina.
O fenômeno nas redes sociais e a vida normal
O testemunho sobre os dias de internação viralizou nas redes sociais, marcando o início de uma nova rotina na casa da família Souza. Hoje, com mais de um milhão de seguidores, Ester participa ativamente das atividades da igreja evangélica que frequenta com a família em Votuporanga, incluindo pregações semanais.
Com seus cabelos cacheados sempre arrumados pela mãe, que é cabeleireira, microfone na mão e estilo próprio, a menina conquista seguidores com seus sermões. O reconhecimento é tanto que Ester já é parada nas ruas, algo que ela não esperava.
"A ficha ainda não caiu, mas fico muito feliz que a palavra do Senhor tem alcançado tantas vidas. Fico muito feliz por tanto carinho e amor ao mesmo tempo", celebra Ester.
Segundo relatos recebidos pela família, muitos seguidores voltaram a frequentar a igreja, retomaram a fé ou encontraram alívio em momentos de dor ouvindo as pregações da menina.
Equilíbrio entre fama e infância
O pai, Lucas Souza, de 42 anos, também pastor, garante que, mesmo com a fama, Ester mantém uma vida normal de criança. Ela frequenta a escola, participa da igreja, canta no grupo de jovens e passa tempo com os amigos.
Para Lucas, ver a filha hoje no púlpito falando com firmeza sobre fé tem um significado especial, especialmente lembrando do tempo em que a via entre aparelhos e medicamentos, sem saber qual seria o desfecho da história.
"É um orgulho imenso ser pai dela. Ela nos dá força diariamente para continuar, ela nos ensina muita coisa: como ser forte, ser guerreira e como nada pode abalar nossa fé. A certeza dela nos motiva dia após dia e toda vez nós choramos. Nosso milagre", emociona-se o pai.
A história de Ester se conecta com um movimento maior no Brasil. Dados do IBGE mostram que o percentual de evangélicos no país chegou a 26,9% da população em 2022, o que significa que 1 em cada 4 brasileiros segue essa religião.