Milagres e Fé: Devotos Celebram Santa Dulce dos Pobres em Dia de Emoções Fortes
Fiéis celebram milagres no dia de Santa Dulce dos Pobres

Não foi um dia qualquer em Salvador. O 13 de agosto trouxe aquele ar de coisa mirada — sabe quando o céu parece mais azul e o vento cheira diferente? Pois é. Centenas de devotos lotaram as ruas ao redor do Santuário Santa Dulce dos Pobres, num vai-e-vem de gente carregando velas, fotos e até muletas (sim, muletas!).

"Minha filha tinha um problema nos rins que nem os médicos entendiam", conta Maria do Carmo, 62 anos, com os olhos marejados. "Rezei nove novenas e... olha ela aí!" Aponta para uma adolescente pulando como cabrita no meio da multidão. Coisas que só a fé explica.

O inusitado dos milagres cotidianos

Dá pra acreditar que até carteira de motorista aparece nessa história? O pedreiro Raimundo Nonato jurou de pé junto que passou no teste prático depois de prometer doar parte do primeiro salário à obra da santa. "Tô aqui com o documento no bolso e o coração na mão", riu, mostrando a CNH novinha.

  • Mais de 5 mil pessoas no santuário desde as 5h da matina
  • Filas de 3 horas para tocar na imagem da freira canonizada
  • Relatos de curas e empregos conseguidos pipocando pela multidão

E não pense que foi só choro piegas. Num cantinho, um grupo de jovens fazia versão improvisada de "Ressuscita-me" — meio desafinados, mas com uma energia que dava inveja a qualquer coral profissional. Até um vendedor de cocada se emocionou e começou a distribuir doces "de graça pela Irmã Dulce".

Os números da fé

Pra quem acha que religião não move montanhas (ou pelo menos estatísticas):

  1. Arrecadação de alimentos bateu recorde — 8 toneladas!
  2. 32 ônibus de romeiros vieram do interior
  3. Atendimentos médicos gratuitos superaram 1.200 consultas

"Ela continua cuidando dos pobres, mesmo depois de santa", comentou frei José, suando sob a batina no calor baiano. A certa altura, até um casal de turistas alemães se pegou acendendo velinhas — "Não entendemos tudo, mas sentimos algo forte aqui", disse o rapaz, meio sem jeito.

Quando o sol começou a se por sobre as palmeiras do Largo Roma, ninguém parecia disposto a ir embora. Tinha gente que já prometia voltar no ano que vem, outra marcando encontro pra novena do mês que vem, e aqueles que simplesmente ficavam parados, olhando pro nada com um sorriso bobo no rosto. Coisa de quem acredita — ou de quem viu acreditar demais pra duvidar.