Uma escultura presenteada pela China ao Brasil durante a Conferência do Clima da ONU tornou-se o centro de uma polêmica envolvendo grupos religiosos. A obra de arte, que representa a união entre culturas, foi interpretada de maneira negativa por parte da comunidade evangélica.
A obra que uniu duas culturas
A escultura intitulada "Espírito Guardião Dragão-Onça" foi criada pelo artista chinês Huang Jian, reconhecido mestre multimídia e professor da Universidade de Changchun. A peça em bronze combina dois símbolos poderosos: o dragão, que na tradição chinesa representa força e prosperidade, e a onça-pintada, animal icônico das Américas e guardião das florestas tropicais.
A doação ocorreu durante a COP30, conferência climática realizada em Belém, quando uma delegação chinesa presenteou o Brasil com esta obra que celebra a proteção ambiental e a união entre nações. A entrega aconteceu no dia 21 de novembro de 2025, conforme registrado pela coluna GENTE.
A polêmica nas redes sociais
Logo após sua apresentação, a escultura tornou-se alvo de intensas críticas por parte de grupos evangélicos nas plataformas digitais. As redes sociais foram inundadas com comentários que associaram a obra a figuras demoníacas, gerando uma onda de preconceito contra a expressão artística baseada na milenar cultura chinesa.
Os ataques concentraram-se principalmente na figura do dragão, que na simbologia cristã é frequentemente vinculado a representações malignas. Esta interpretação contrasta completamente com o significado original da obra, que segundo a tradição chinesa representa proteção, união e respeito pela natureza.
O futuro da polêmica escultura
Após o término da COP30, a prefeitura de Belém deverá definir um local público para expor permanentemente a escultura. A decisão sobre onde será instalada a obra ainda não foi anunciada, mas certamente levará em consideração o simbolismo ambiental que representa.
A polêmica envolvendo a "Espírito Guardião Dragão-Onça" ilustra o desafio do diálogo intercultural em eventos internacionais. Enquanto para alguns a obra representa uma ameaça espiritual, para outros simboliza exatamente o oposto: a união de esforços para proteger o planeta através da integração de diferentes visões de mundo.
O episódio também levanta questões sobre como símbolos culturais podem ser interpretados de maneira diversa em diferentes contextos religiosos e sociais, especialmente em um país plural como o Brasil.