Um busto em homenagem ao pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder histórico da Assembleia de Deus, foi instalado em uma praça pública de São Luís do Curu, no Ceará, desencadeando um debate sobre a adequação de tais homenagens dentro da comunidade evangélica.
Homenagem pelos 90 anos gera controvérsia
O pastor José Wellington Bezerra da Costa completou 90 anos e recebeu como presente um memorial com seu busto na cidade onde nasceu. A estátua foi colocada em 21 de novembro de 2025 e integra um conjunto de homenagens ao religioso que comanda a Assembleia de Deus há mais de três décadas.
A iniciativa, aparentemente simples, rapidamente se tornou alvo de críticas dentro do próprio meio evangélico, levantando questões sobre a coerência com os princípios religiosos que condenam a veneração de imagens.
Críticas apontam contradição com princípios evangélicos
Durante participação em um podcast apresentado pelo pastor Fábio Santos, a educadora cristã Ju Mendes expressou sua insatisfação com a homenagem. "Nós, evangélicos, condenamos as estátuas de Maria, de Pedro, de João. Agora estamos fazendo a mesma coisa com pastores, inclusive vivos", afirmou Mendes.
A educadora foi ainda mais direta ao citar um dos mandamentos bíblicos: "Não farás para ti imagem de escultura". Segundo ela, a passagem bíblica deixa claro o posicionamento contra qualquer tipo de representação visual para adoração ou veneração.
Líderes religiosos devem recusar honrarias humanas?
Ju Mendes defendeu que líderes religiosos não deveriam ocupar espaços simbólicos tradicionalmente reservados para figuras de destaque secular. "Quem somos nós para receber tal honra? Nós não somos nada. Somos apenas mensageiros. A propagação deve ser de Cristo, não de homens", argumentou.
A declaração da educadora cristã reflete um pensamento compartilhado por parte da comunidade evangélica que prega a humildade e o anonimato dos líderes religiosos, em contraste com a exposição comum em outras religiões.
O caso do busto do pastor José Wellington em São Luís do Curu ilustra uma tensão crescente dentro do evangelicalismo brasileiro entre a tradição de evitar representações visuais e a tendência de celebrar publicamente a trajetória de seus líderes mais influentes.
