Um homem atacou um terreiro de umbanda com uma bomba na manhã desta quarta-feira (4), em Bauru, no interior de São Paulo. O atentado, registrado por câmeras de segurança, não deixou feridos, mas causou grande comoção na comunidade religiosa. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil como crime de racismo religioso.
Detalhes do ataque registrado por câmeras
As imagens de segurança mostram o momento preciso da agressão. O suspeito chegou ao local pilotando uma motocicleta. Ele parou em frente ao terreiro, acendeu um artefato explosivo e o arremessou contra a fachada do prédio, que possui uma porta de vidro. A explosão ocorreu enquanto havia pessoas na sala localizada imediatamente atrás da porta atingida. Após o ato, o indivíduo fugiu no mesmo veículo, aproveitando-se do rápido deslocamento.
Investigação enquadra caso como racismo religioso
A Polícia Civil de Bauru assumiu as investigações e registrou o ocorrido como racismo religioso. Até o fechamento desta reportagem, o autor do atentado ainda não havia sido identificado. As autoridades buscam por pistas nas imagens e no local para encontrar e prender o responsável.
Este enquadramento legal ganhou novos contornos e penas mais severas a partir de 2023. A legislação equiparou o crime de racismo religioso ao crime de racismo, deixando de tratá-lo como injúria racial. A mudança reforçou a proteção à liberdade de crença no país.
Penas mais duras para crimes contra a fé
Com a alteração na lei, praticar violência ou obstruir manifestações religiosas tornou-se um delito com consequências mais graves. A pena prevista agora é de 2 a 5 anos de reclusão, um aumento significativo em relação à antiga previsão de 1 a 3 anos de detenção. A mudança reflete um esforço do legislativo para coibir atos de intolerância e violência motivados por ódio religioso.
O ataque em Bauru ocorre em um contexto de alerta para a proteção das religiões de matriz africana, que frequentemente são alvo de discriminação e violência. A investigação segue para localizar e responsabilizar o agressor, aplicando a legislação atual que busca punir com rigor tais condutas.