Cardeal da Amazônia entrega renúncia ao Papa: futuro de Manaus em análise
Arcebispo de Manaus entrega renúncia ao completar 75 anos

O arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner, formalizou sua renúncia ao papa Leão XIV ao completar 75 anos de idade. Seguindo o protocolo da Igreja Católica, todos os bispos devem oferecer seu cargo ao pontífice ao atingirem essa idade, marcando o início de um período de transição para a arquidiocese amazonense.

Trajetória do cardeal amazônico

Dom Leonardo Steiner foi nomeado arcebispo de Manaus em novembro de 2019, assumindo o cargo após a renúncia de dom Sérgio Castriani por questões de saúde. Sua posse oficial ocorreu no final de janeiro de 2020, dando início a um trabalho marcado pelo engajamento com as causas ambientais e indígenas da região.

Em agosto de 2022, o religioso alcançou um marco histórico ao ser criado cardeal pelo papa Francisco. Steiner tornou-se o primeiro bispo da Amazônia brasileira a receber este título, consolidando sua posição como uma das vozes mais influentes da Igreja na região norte do país.

Os dois caminhos possíveis

O Vaticano agora enfrenta duas opções para o futuro da arquidiocese de Manaus. A primeira possibilidade é a prorrogação do mandato de dom Leonardo Steiner, medida que já foi adotada recentemente em outros casos no Brasil.

Conhecido como o 'cardeal da Amazônia' por sua atuação em defesa da floresta e dos povos originários, Steiner poderia permanecer no cargo por até dois anos adicionais. Exemplos recentes incluem os cardeais dom Odilo Scherer em São Paulo e dom Orani Tempesta no Rio de Janeiro, que tiveram seus mandatos estendidos após completarem 75 anos.

O papa Francisco também prorrogou recentemente o mandato do arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, que permanecerá à frente da arquidiocese por mais cinco anos.

Processo de sucessão em caso de mudança

Caso o papa Leão XIV decida não prorrogar o mandato de Steiner, iniciar-se-á o processo de nomeação de um novo religioso para assumir a Arquidiocese de Manaus. A escolha deverá considerar o perfil pastoral e missionário do atual cardeal, especialmente sua proximidade com as causas amazônicas e os povos indígenas.

O processo de nomeação segue um ritual estabelecido pela Igreja Católica, envolvendo consultas internas, análise de candidatos pelo núncio apostólico no Brasil e, finalmente, a decisão do pontífice. Este trâmite pode se estender por vários meses, durante os quais dom Leonardo continuará exercendo normalmente suas funções pastorais.

Enquanto aguarda a decisão do Vaticano, a expectativa toma conta dos círculos eclesiásticos e dos fiéis de Manaus. Reconhecido como uma liderança de alcance nacional e internacional, dom Leonardo Steiner construiu uma trajetória marcada pela defesa intransigente da Amazônia e das comunidades ribeirinhas e indígenas, legado que certamente influenciará a escolha de seu possível sucessor.