Um encontro entre duas das vozes mais influentes do pensamento espiritual contemporâneo no Brasil está marcado para a próxima semana no Rio de Janeiro. A Monja Coen e o teólogo Leonardo Boff se reúnem para um debate especial no Clube de Leitura do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), prometendo uma conversa profunda sobre consciência e o papel do indivíduo na transformação da sociedade.
Um diálogo entre budismo e teologia da libertação
O evento, que acontece na quarta-feira, 10 de dezembro de 2025, a partir das 17h30, terá a mediação da escritora Suzana Vargas. A discussão não se limitará a conceitos abstratos, mas também abordará os ensinamentos contidos nas obras mais recentes dos dois pensadores.
Eles vão conversar sobre os livros "O que aprendi com o silêncio", de autoria da Monja Coen, e "A busca da justa medida", de Leonardo Boff. A proposta é criar uma ponte entre visões de mundo distintas, porém complementares, na busca por caminhos para uma existência mais significativa e um planeta mais justo.
As trajetórias que se encontram
Monja Coen é uma das principais divulgadoras do budismo no país. Reconhecida por seu trabalho em tornar acessíveis os princípios do Dharma – a lei natural e o caminho de vida dentro das tradições indianas –, ela foca em temas como paz interior, autorreflexão e a importância de olhar para si mesmo. Seu novo livro é um convite a essa jornada de autoconhecimento através do silêncio.
Já Leonardo Boff, teólogo cristão e filósofo, é um dos expoentes da Teologia da Libertação. Embora não seja mais sacerdote, sua atuação é marcada pela defesa intransigente dos direitos dos pobres e por uma análise crítica que conecta fé, ética e política. Em sua obra, ele mantém viva a mensagem de que ainda "dá tempo de salvar o mundo", chamando para uma ação responsável e esperançosa.
Consciência individual como motor da mudança
O debate no CCBB Rio vai além de um simples lançamento de livros. Ele se configura como um espaço raro para discutir como a consciência espiritual e a ação prática podem andar juntas. Enquanto Coen traz a perspectiva da transformação a partir do ser interior, Boff amplia o olhar para as estruturas sociais e a necessidade de engajamento.
Este encontro entre a sabedoria zen-budista e a teologia comprometida com a justiça social promete iluminar questões urgentes do nosso tempo. A pergunta central é: como cada um pode, a partir de seu lugar e de sua crença, contribuir para uma sociedade mais consciente e harmoniosa? A resposta será construída no diálogo aberto ao público, em um dos principais centros culturais da capital fluminense.