Paulo Miklos, aos 67 anos, lança parceria com Papisa e celebra carreira
Miklos lança parceria com Papisa e fala sobre nova fase

A trajetória de Paulo Miklos na música brasileira é marcada por encontros inesperados. Em 1982, uma algazarra noturna sob sua janela revelou-se os Titãs, dando início a uma era. Quase 45 anos depois, outro convite, desta vez via Instagram da cantora Papisa, deu origem a uma nova e promissora parceria artística.

Um Novo Encontro de Gerações

O contato virtual com Papisa rapidamente se transformou em um café e, depois, em uma colaboração criativa. Miklos levou ideias de músicas inacabadas e áudios com melodias, propondo uma composição em conjunto, que foi aceita com entusiasmo pela jovem artista paulistana. O fruto dessa união poderá ser visto e ouvido no "Circuito", série de shows que percorre São Paulo com talentos emergentes.

Eles se apresentam juntos na sexta-feira (5), em Campinas, no sábado (6), em Americana, e no domingo (7), na capital paulista. O repertório inclui duas músicas inéditas coescritas pela dupla: "Maremoto" e "São Paisagens, Novas Descobertas". A primeira é um rock com influências indie e dos anos 1980, enquanto a segunda é uma balada densa que flerta com a música eletrônica. Ambas tratam de desencontros, mas carregam uma mensagem de esperança.

Uma Carreira em Múltiplos Palcos

Enquanto se dedica a esse novo projeto, Miklos também finaliza um disco solo, previsto para 2025. O álbum será uma coletânea de canções que marcaram sua vida, incluindo "Coisas da Vida", de Rita Lee, que dá título ao trabalho. O artista expressa sua admiração pela lendária cantora, lembrando que ela uma vez disse que adoraria fazer backing vocal para os Titãs. "Agora sou eu que estou fazendo isso", comenta Miklos.

Sua história com os Titãs, claro, é um capítulo fundamental. Como intérprete de clássicos como "Sonífera Ilha", "Marvin" e "Domingo", ele ajudou a definir o rock nacional. A turnê de reencontro da banda em 2023, que se estendeu até uma apresentação emocionante no Lollapalooza, reuniu fãs de várias gerações. "Estavam filhos e pais, gente que nunca tinha visto a banda reunida", relembra.

Além da música, Miklos mantém uma carreira sólida no cinema e na TV, com mais de 30 títulos. Ele destaca o filme "O Invasor" (2001), de Beto Brant, como um marco por tê-lo colocado ao lado de Sabotage, uma experiência poderosa que mais tarde inspirou a faixa "Sabotage Está Aqui", em seu último álbum solo, "Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém" (2022).

Espírito Aberto para o Futuro

Aos 67 anos, que completará em janeiro de 2026, Paulo Miklos adota uma rotina mais disciplinada para manter o pique da agenda intensa, que inclui shows, gravações e filmes – ele acaba de lançar "Assalto à Brasileira". Brinca que segue o "projeto Ney Matogrosso", sendo criterioso com alimentação e treinos. "Meter a cara no trabalho é bom para curar os males", reflete.

Após o término de um casamento de dez anos, o artista segue com a mente e as janelas abertas para novas criações. "Vou fazendo, compondo, cantando. A gente tem que ter esperança de conseguir ser feliz. Por isso as canções de amor são muitas", finaliza, mostrando que o espírito aberto que o levou aos Titãs continua guiando sua jornada.

Paulo Miklos e Papisa no Circuito:

  • Sexta (5/7), 19h – Tetriz Club (R. Oriente, 425, Campinas)
  • Sábado (6/7), 19h – Moon Club (R. Carlos Gomes, 301, Americana)
  • Domingo (7/7), 17h – Cine Clube Cortina (R. Araújo, 62, São Paulo)

Ingressos a R$ 25, à venda no site sympla.com.br.