
O São Paulo Fashion Week mais uma vez se consolou como palco principal da moda brasileira, mas desta vez com um olhar especial para o futuro através das lentes do passado. Três marcas se destacaram ao apresentar propostas que dialogam com a história, mas com os pés firmemente plantados no amanhã.
Triya: O Resgate Afetivo das Memórias
A marca de Juliana Lopes apresentou uma coleção que é verdadeira viagem no tempo. Com o tema "Memória Afetiva", a designer mergulhou no arquivo pessoal para resgatar peças que contam histórias - literalmente.
"Cada peça carrega uma narrativa única, seja através de bordados que reproduzem cartas antigas ou estampas que remetem a fotografias familiares", explica a estilista. O resultado é uma moda que transcende o vestuário para se tornar documento emocional.
Re-Roupa: A Revolução do Reuso Criativo
Fernanda Yamamoto levou a sustentabilidade para outro patamar. Sua marca, Re-Roupa, não se contenta em simplesmente reciclar - ela reinventa.
A coleção apresentada no SPFW é fruto de uma técnica inovadora onde resíduos têxteis são transformados em novos tecidos através de processos artesanais. "Criamos uma nova materialidade a partir do que seria descartado", celebra Yamamoto.
- Reutilização de sobras industriais
- Técnicas de upcycling avançado
- Produção com zero desperdício
Ahlma: O Futuro Ancestral
Talvez a proposta mais ousada tenha vindo da Ahlma. A marca desenvolveu uma coleção que mistura tecnologia vestível com saberes tradicionais.
"Incorporamos fibras inteligentes que reagem ao ambiente enquanto mantemos técnicas de bordado que são patrimônio cultural", explica o criador. O resultado são peças que monitoram sinais vitais enquanto homenageiam a rica tradição têxtil brasileira.
O Novo Panorama da Moda Nacional
Estas três histórias mostram que o futuro da moda brasileira não está apenas nas tendências globais, mas na capacidade de ressignificar nossa própria história. O SPFW demonstrou que é possível criar moda relevante quando se equilibra inovação tecnológica com consciência histórica e ambiental.
O que une Triya, Re-Roupa e Ahlma é a compreensão de que o verdadeiro luxo não está no novo pelo novo, mas na profundidade das narrativas que cada peça carrega. Uma lição que ecoa além das passarelas.