O chef paraense Saulo Jennings, responsável pela alimentação de aproximadamente 1.700 convidados da COP30 em Belém, gerou polêmica ao recusar-se a preparar um jantar totalmente vegano para o príncipe William. O profissional, conhecido por valorizar ingredientes da Amazônia, comandou uma equipe de mais de 200 profissionais durante o evento climático.
A polêmica do menu real
Em entrevista ao Fantástico, Saulo Jennings explicou com clareza o motivo de sua decisão: "Eu não cozinho para ninguém se for sem peixe. O peixe é meu propósito hoje". O chef destacou a importância econômica e social dessa escolha, revelando que apenas do seu restaurante mil famílias dependem do manejo sustentável de pescado.
Jennings foi enfático ao afirmar que sua posição não representa uma crítica ao veganismo. "Se me pedirem para fazer um evento 90% vegano, eu faço", esclareceu, demonstrando abertura para adaptações, mas mantendo seus princípios fundamentais.
Raízes amazônicas e sustentabilidade
Nascido e criado às margens do rio, o chef compartilhou suas memórias de infância: "A gente aprendeu que tudo que era bom vinha do rio". Essa conexão profunda com a região moldou sua filosofia culinária e permanece presente em seu trabalho atual.
Os ingredientes que utiliza em sua cozinha são adquiridos diretamente do Mercado Ver-o-Peso, onde seleciona pessoalmente pescados, frutas e ervas. É também nesse tradicional mercado que adquire o filhote, peixe mais presente em seus preparos.
O cardápio oficial da COP30
Para o almoço das autoridades presentes na conferência climática, Saulo Jennings optou por manter a tradição paraense. O prato principal servido foi a maniçoba, receita tradicional preparada com maniva cozida por sete dias e acompanhada de carnes de porco.
A escolha demonstra o compromisso do chef em representar a autêntica culinária regional, mesmo em um evento de escala global como a COP30, reforçando a importância da cultura alimentar amazônica no cenário internacional.