Concurso de maior roedor de pequi: Jaqueline vence com 54 frutos em 10 minutos
Jaqueline vence concurso de roedor de pequi em Montes Claros

Policial militar conquista título inusitado em festival gastronômico

A 30ª Festa Nacional do Pequi transformou o centro de Montes Claros em um grande palco de celebração da cultura mineira no último sábado (8). Entre as diversas atrações que animaram o público, uma competição peculiar chamou a atenção: o concurso para eleger o melhor roedor de pequi do mundo.

Disputa acirrada por dentes sujos

Na Praça da Matriz, 16 participantes se reuniram para uma batalha épica que durou exatos 10 minutos. A regra era simples: roer o maior número possível de pequis. Porém, a quantidade não era o único critério avaliado pelos jurados.

Fred Rocha, organizador do evento, explicou que a qualidade da ruída era fundamental para a pontuação. "Os juízes analisam tudo: dentes sujos, beiço sujo, dedos sujos. Isso é roer pequi de verdade", destacou Rocha, enfatizando que as marcas características no rosto e mãos dos competidores demonstravam quem realmente dominava a arte de comer o fruto típico.

Vitória saborosa com prêmio duplo

Ao final dos 10 minutos de competição intensa, a policial militar Jaqueline Silva Batista emergiu como a grande campeã, tendo roído impressionantes 54 pequis. Como recompensa pelo título, ela recebeu um voucher de R$ 500 para utilizar no bar do organizador e um saco repleto do precioso fruto.

"Achei uma coisa que eu sou boa: roedora de pequi. Tava aí na batalha, mas descobri que sou boa mesmo. Se não ganhasse o título, já estaria feliz só pela experiência. Mas ganhei!", comemorou Jaqueline, visivelmente emocionada com a conquista inesperada.

Celebração da cultura norte-mineira

Além do concurso que divertiu o público, a festa ofereceu uma experiência completa da cultura regional. Mais de 15 barracas de comidas típicas encantaram os visitantes, com destaque especial para o tradicional arroz com pequi, prato emblemático da culinária local.

O Centro Cultural Hermes de Paula sediou exposições que reforçaram o caráter cultural do evento, celebrando um dos maiores símbolos do Norte de Minas. A presença do cantor e compositor Paulinho Pedra Azul trouxe ainda mais autenticidade à celebração.

"Meu pai comprava sacas enormes de pequi. Minha mãe fazia com arroz, com carninha cortadinha. É um costume cultural nosso, maravilhoso", relembrou o artista, evocando memórias afetivas da infância marcada pelo consumo do fruto.

Identidade regional em destaque

Entre os participantes, o clima era de descontração e orgulho pelas tradições locais. O arquiteto Rafael Pimenta Borel, que nunca havia comido tanto pequi na vida, resumiu a experiência: "Mas foi ótimo. O negócio é a qualidade, os dentes estão todos sujos!"

O químico Ted Marques, espectador entusiasmado, comentou a diversão proporcionada pelo evento: "Teve roedor de pequi de todo jeito. Foi muito engraçado ver o povo roendo. Mostrou o gosto forte do nosso fruto e o povo se divertindo".

Valorização do ouro do Cerrado

Para os organizadores, o concurso vai além do aspecto lúdico e irreverente. Fred Rocha destacou o objetivo principal: valorizar o pequi e a cultura do Cerrado mineiro.

"Através de um evento tão inusitado, a gente leva para o mundo o nosso ouro. O pequi é uma iguaria que representa a força do Norte de Minas e da nossa gastronomia", afirmou o organizador, ressaltando a importância de preservar e promover as tradições regionais.

A 30ª Festa Nacional do Pequi consolidou-se mais uma vez como um espaço de celebração da identidade cultural norte-mineira, unindo gastronomia, música e tradição em um evento que encantou moradores e visitantes.