
Campinas está prestes a viver algo realmente especial. Na próxima semana, a cidade vai respirar hip hop de uma forma como nunca antes — e olha que isso é dizer muito, considerando a cena forte que já temos por aqui.
Acontece nos dias 18 e 19 de outubro, no Centro de Cultura e Arte da Unicamp, a primeira Conferência do Hip Hop da cidade. Mas calma, isso aqui não é só mais um evento cultural qualquer. É praticamente um marco histórico.
Muito Além do Rap e do Grafite
O que me chamou atenção — e acho que vai chamar a sua também — é como essa conferência vai fundo em questões que realmente importam. A programação é daquelas que faz você pensar: "por que ninguém fez isso antes?"
Vamos ter debates sobre feminismo negro, LGBTQIAP+ na cena do hip hop, políticas públicas para as periferias, e até mesmo discussões sobre como a cultura digital está transformando a maneira como o movimento se expressa. É hip hop na veia, mas com uma profundidade que vai muito além dos estereótipos.
Quem Está por Trás Dessa Ideia
A mente por trás de tudo isso é a produtora cultural Thabata Lopes, uma mulher que conhece como poucos os meandros da cena. Em conversa, ela me contou algo que resume bem o espírito do evento: "A gente quer criar um espaço onde as pessoas possam discutir o hip hop para além do entretenimento, entendendo ele como ferramenta de transformação social".
E não para por aí. Tem uma galera pesada confirmada: desde pesquisadores acadêmicos até nomes consagrados da cena underground. Essa mistura — entre academia e quebrada — promete gerar umas discussões das boas.
Programação que Vale a Pena
Olha só o que está rolando:
- Mesa sobre feminismo negro — porque o hip hop tem muito a aprender (e a evoluir) quando o assunto é representatividade feminina
- Debate sobre políticas públicas — como fazer a máquina pública trabalhar a favor da cultura periférica, em vez de contra ela
- Oficinas práticas — desde writing até produção musical, com quem realmente entende do riscado
- Batalha de conhecimento — sim, aquelas mesmas, mas com um nível elevadíssimo
E o melhor? Tudo gratuito. Porque cultura de verdade não pode ser privilégio de quem pode pagar.
Por que Isso Importa
Num momento onde a cultura periférica vive entre a apropriação indevida e o apagamento sistemático, eventos como esse são mais do que necessários — são urgentes. E Campinas, com toda sua efervescência cultural, merece mesmo ser palco dessa conversa.
Dá para sentir no ar que isso aqui vai gerar frutos. Quem sabe não surge daí uma rede de coletivos mais fortalecida, ou quem sabe políticas públicas mais efetivas? O potencial é enorme.
Uma coisa é certa: depois dessa conferência, a cena do hip hop em Campinas nunca mais será a mesma. E olha que isso é ótimo.