Apae Santarém celebra inclusão com 1º Festival do Tacacá e arteterapia
Apae Santarém realiza 1º Festival do Tacacá com inclusão

A cidade de Santarém, no oeste do Pará, viveu uma tarde marcante na última sexta-feira, dia 5. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) local realizou a primeira edição do seu Festival do Tacacá, um evento que misturou sabor, cultura e um profundo sentido de comunidade e integração.

Um evento de sabor e solidariedade

O festival transformou-se em um ponto de encontro para famílias, parceiros e amigos da instituição. A programação foi repleta de comidas típicas da região e apresentações artísticas que encantaram o público. Um dos grandes destaques foi justamente a barraca do tacacá, que atraiu uma multidão e simbolizou o caráter solidário da iniciativa.

Patrícia Alves, dona de casa que participou com toda a família, não escondeu a felicidade. "A gente fica muito feliz de ver a comunidade se juntando aqui com a APAE", disse ela, ressaltando a importância da comunhão e da socialização, que foram tão valiosas quanto a arrecadação de fundos para a instituição.

A arte como ferramenta de inclusão e desenvolvimento

Mais do que uma festa gastronômica, o festival foi a culminância de projetos educacionais e terapêuticos. Um dos símbolos disso foram as cuias pintadas à mão pelos alunos atendidos pela Apae. A presidente da instituição em Santarém, Jacirene Façanha, explicou a origem do projeto.

"Surgiu a ideia: por que não pegar alguma coisa aqui regional, a cuia, por que a gente não pinta? Vamos colocar esses meninos para pintar as cuias", contou. A atividade foi parte de um curso de arteterapia oferecido em parceria com o Sest Senat.

A instrutora Angelsea Camargo detalhou os objetivos: "Justamente para ajudar a melhorar as capacidades de coordenação motora fina, psicomotricidade e saúde mental dos atendidos". O resultado desse trabalho foi exibido em um painel e utilizado no próprio festival, servindo o tacacá em cuias únicas, carregadas de significado.

Celebração de conquistas e da acessibilidade

Para muitas famílias, o evento foi um momento de reconhecer o papel transformador da Apae. Patrícia Alves compartilhou sua experiência pessoal: a instituição apoia seus dois filhos, Sebastião, de 15 anos, e Sofia. Além disso, foi na Apae que ela própria se compreendeu melhor, descobrindo que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) também fazia parte de sua vida.

O festival também carregou um peso simbólico importante, como lembrou Jacirene Façanha. A data foi escolhida em alusão ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3 de dezembro) e ao Dia da Acessibilidade. "Tudo a gente juntou para que a gente pudesse realmente, neste dia, estar fazendo, congregando com todos... porque este é um momento de inclusão", afirmou.

A diretora de ensino da Apae Santarém, Eli Tapajós, resumiu o sentimento: "Para nós, hoje é um dia celebrativo". A programação cultural contou com apresentações de musicoterapia e uma animada performance de carimbó com jovens do quilombo Arapemã, fechando com chave de ouro uma tarde dedicada à valorização das capacidades, à partilha e à construção de uma sociedade mais acolhedora.