
Ah, aquele 16 de setembro de 1988... Quem viveu, nunca esqueceu. O Brasil simplesmente parou. Nas ruas, um silêncio incomum. Nos bares, televisões sintonizadas na mesma emissora. E nas casas, famílias inteiras grudadas na telinha, esperando o desfecho que já era comentado há semanas.
Parecia que o país inteiro estava com os nervos à flor da pele. E não era para menos — afinal, íamos testemunhar o fim de uma das vilãs mais memoráveis que a televisão brasileira já criou.
O episódio que entrou para a história
Quando Odete Roitman — aquela mulher rica, poderosa e absolutamente detestável — finalmente encontrou seu destino nas mãos de uma misteriosa enfermeira, algo mudou na cultura popular do país. A cena foi tensa, dramática, e sinceramente? Um tanto quanto satisfatória para quem acompanhava a novela desde o início.
Os números falaram por si só: impressionantes 35 milhões de pessoas acompanharam aquele momento. Trinta e cinco milhões! Em uma época sem streaming, sem internet, sem nada disso que temos hoje. Era a TV Globo dominando completamente o horário nobre, e a audiência simplesmente explodiu.
Um fenômeno além da ficção
O que muita gente não sabe — ou já esqueceu — é que aquele episódio específico alcançou nada menos que 58 pontos no Ibope. Cinquenta e oito! Para quem não é do meio, isso é simplesmente estratosférico. Uma marca que poucas produções conseguiram igualar ao longo dos anos.
E pensar que tudo aconteceu por causa de uma personagem que todo mundo amava odiar. A atuação de Beatriz Segall foi tão magistral que, às vezes, a gente até se esquecia de que era ficção. Ela deu vida àquela mulher ambiciosa de uma forma que poucas atrizes conseguiriam.
O contexto por trás dos números
O Brasil de 1988 era um país diferente. A redemocratização ainda respirava nos corredores do poder, a economia dava seus primeiros passos incertos após anos de turbulência, e a televisão representava muito mais que simples entretenimento. Era o ponto de encontro nacional, o assunto do dia seguinte, o termômetro cultural de uma nação.
E naquele contexto específico, a morte de Odete Roitman significou algo além do fim de uma personagem. Representou, de certa forma, a vitória do "bem" sobre o "mal" — ainda que a realidade seja sempre mais complexa que as ficções.
O público, claro, aprovou. E como aprovou! As ruas esvaziaram, os cinemas praticamente fecharam as portas naquele horário, e até as reuniões familiares foram remarcadas. Era um evento que ninguém queria perder.
O legado que permanece
Trinta e cinco anos se passaram, mas aquela audiência histórica ainda é lembrada com certo carinho — e espanto — por quem entende do assunto. Foi um daqueles raros momentos em que a ficção transcende a tela e se torna parte do imaginário coletivo.
E sabe o que é mais curioso? Mesmo depois de todas essas décadas, o episódio continua sendo estudado em faculdades de comunicação, analisado por publicitários, e citado como exemplo do poder da televisão quando ela está no seu auge criativo.
Ah, se as paredes da TV Globo naquela época pudessem falar... Certamente teriam histórias fascinantes para contar sobre os bastidores desse verdadeiro fenômeno cultural.