Karla Tenório Revela: Geração Mais Jovem é Menos Traumatizada e Mais Confiante
Karla Tenório: Jovens são menos traumatizados e mais confiantes

Numa conversa franca e surpreendentemente reveladora, Karla Tenório — sim, aquela atriz talentosa que você já viu em várias produções — soltou o verbo sobre algo que muita gente já suspeitava, mas poucos articulam com tanta clareza.

Ela observa, com aquela sagacidade característica de quem já viu muito da vida, que a geração mais nova parece carregar uma bagagem emocional radicalmente diferente da que ela e seus contemporâneos carregaram.

Menos trauma, mais chão. É basicamente isso.

"A gente via muito a tal da 'cura pela fala' como um processo quase solitário, sabe? Algo que a gente fazia quase que escondido, com certo receio", reflete Karla, numa pausa dramática que só uma artista experiente consegue dar. "Mas os novinhos... ah, os novinhos chegam com outra disposição. Eles falam, se expõem, colocam para fora sem aquele medo gigante de serem julgados."

Um olhar sobre a autoestima das novas gerações

E não para por aí. A autoconfiança deles é outro ponto que chama a atenção da atriz. Enquanto muitas pessoas da sua geração lutavam (e ainda lutam) contra uma vozinha interior crítica e destrutiva, os mais jovens aparentam ter desenvolvido uma relação mais pacífica consigo mesmos.

Será que o acesso à informação sobre saúde mental — tantas discussões na internet, tantos influencers falando de terapia — criou um ambiente mais favorável? Karla arrisca um "sim", mas com ressalvas. "Acho que a facilidade de acesso a certos debates os poupou de alguns complexos que a gente carregou por décadas. Mas claro, cada tempo tem seu desafio."

Longe de ser uma crítica romantizada ao passado, sua fala soa mais como um reconhecimento honesto de que as coisas, de fato, evoluíram. E que bom, né?

O papel da representatividade e do acesso

Outro ponto crucial que ela levanta: a representatividade. Quando Karla começou na TV, ver corpos diversos, histórias plurais e narrativas que fugiam do padrão era quase uma raridade. Hoje, não é bem assim.

"Eles veem pessoas como eles na tela, nas redes, em posições de destaque. Isso gera uma identificação imediata e uma permissão para existir sem tantos culotes", analisa, usando um termo bem brasileiro para definir aqueles medos que a gente carrega sem necessidade.

Ela finaliza com um pensamento que é quase um manifesto de esperança: "Talvez a gente esteja criando uma geração menos amedrontada pela rejeição. E uma pessoa que não tem medo de ser quem é, é uma pessoa mais inteira — e provavelmente mais feliz".

E você, concorda?