Não é todo dia que a gente vê um casal que consegue misturar vida pessoal e profissional sem virar um verdadeiro campo de batalha. Mas Fernanda Torres, aquela força da natureza do teatro brasileiro, parece ter descoberto a fórmula mágica.
E olha que não é nada simples — trabalhar com o marido, no caso o também talentoso Daniel de Oliveira, poderia ser uma receita para o desastre. Mas não para eles. "É engraçado", ela comenta com aquela voz que a gente já conhece de tantos personagens marcantes, "no palco com ele, me sinto em casa".
Química Que Transborda
O que seria apenas mais um trabalho se transforma em algo completamente diferente quando o parceiro de cena é também o parceiro da vida. Fernanda descreve essa dinâmica com uma naturalidade que dá até inveja. "Tem uma cumplicidade que vai além do texto, além das marcações", reflete. "É algo que flui de um jeito... orgânico, sabe?"
E não pense que é tudo fácil. Ela mesma admite: "Claro que temos nossos momentos de discordância. Quem não tem? Mas no fundo, existe um respeito profundo pelo trabalho um do outro."
Os Dois Lados da Moeda
O casal, que atualmente está envolvido em um projeto teatral — sem dar muitos spoilers, é claro — revela que o maior desafio é justamente saber separar as coisas. Ou melhor, não separar, mas integrar de forma saudável.
"Às vezes chegamos em casa ainda discutindo alguma cena", ri Fernanda. "Mas é uma discussão produtiva, daquelas que acabam com a gente descobrindo algo novo sobre o trabalho... e sobre nós mesmos."
Daniel, por sua vez, parece compartilhar dessa sintonia. Embora não seja ele quem está dando a entrevista, Fernanda deixa transparecer que a admiração é mútua. "Ele tem uma entrega no palco que me inspira", confessa. "E acho que eu também o inspiro de alguma forma. É uma troca constante."
O Público Percebe a Diferença
E não são só eles que notam essa química especial. Quem vai ao teatro assistir aos espetáculos do casal consegue sentir algo diferente no ar. "As pessoas comentam que parece mais verdadeiro", observa Fernanda. "E é mesmo! Como fingir algo que você realmente sente?"
Mas ela faz questão de ressaltar: não se trata de simplesmente "ser eles mesmos" no palco. "O trabalho é sério, a técnica está lá. A diferença é que temos uma intimidade que nos permite arriscar mais, ir mais fundo."
E que sorte a nossa, espectadores, de poder testemunhar essa parceria que transcende o palco e a vida real.
