
O telefone tocou aqui na redação e a notícia simplesmente parou tudo. Diane Keaton se foi. Aos 79 anos, aquela mulher de sorriso fácil e estilo inconfundível nos deixou, caramba.
Lembro-me perfeitamente da primeira vez que a vi em "Annie Hall". Meu Deus, que mulher fascinante! Ela não era apenas mais uma atriz bonita - tinha algo a mais, uma certa vulnerabilidade misturada com uma força interior que te fazia querer conhecê-la pessoalmente.
Uma carreira que marcou gerações
O curioso é que Diane - cujo nome verdadeiro era Diane Hall, aliás - começou praticamente sem querer. Fez alguns papéis na TV, apareceu aqui e ali, até que Woody Allen a colocou no mapa. E que mapa!
"O Poderoso Chefão"... quem não se lembra dela como Kay? Aquele papel poderia ter sido só mais um, mas ela deu uma profundidade emocional que poucas atrizes conseguiriam. E pensar que quase recusou o papel!
Mais do que uma atriz, um estilo de vida
Ah, e seu estilo! Meu Deus, aqueles ternos masculinos, os chapéus, as luvas... Ela não seguia moda, criava moda. Até hoje vejo mulheres tentando copiar seu visual - e falhando miseravelmente, diga-se de passagem.
O Oscar por "Annie Hall" em 1977 foi merecidíssimo, mas você sabia que ela quase não aceitou o papel? Dizia que não entendia direito a personagem. Sorte nossa que Woody Allen insistiu.
E não foram só dramas. "Quem Vai Ficar com Mary?", "Algo de Gente Boa"... Ela transitava entre comédia e drama com uma naturalidade que dava inveja em qualquer ator novato.
Os últimos anos
Nos últimos tempos, ela vinha aparecendo menos - e quem pode culpá-la? Afinal, quase 80 anos de idade e uma carreira que começou nos anos 60! Mas quando aparecia, era sempre aquela Diane Keaton de sempre: autêntica, sem frescuras, direta ao ponto.
Curioso pensar que, apesar de toda fama, ela sempre manteve uma vida relativamente discreta. Sem escândalos, sem confusões - raridade em Hollywood, não é mesmo?
O silêncio que fala mais alto
Agora o cinema ficou mais quieto. Mais sem graça, se me permitem a franqueza. Porque Diane Keaton era daquelas raras atrizes que conseguiam fazer você esquecer que estava vendo uma performance.
Quando ela aparecia na tela, você via uma pessoa - com todas as contradições, inseguranças e belezas que isso implica. Não era perfeita, e era justamente isso que a tornava tão... humana.
E sabe o que é mais triste? Que uma geração inteira vai conhecer seu trabalho apenas através de streaming, sem a magia de vê-la no cinema. Uma pena.
O mundo perdeu uma grande artista hoje. Mas o que ela nos deixou? Ora, apenas algumas das performances mais marcantes da história do cinema. Só isso.