
Numa daquelas conversas que a gente nunca esquece, Caetano Veloso soltou o verbo — e o coração — sobre algo que mexeu com ele de um jeito inesperado. E olha que depois de oitenta e um anos nesse planeta, ele já viu de tudo, né?
Mas essa... essa foi diferente.
O momento da revelação
Foi durante uma entrevista descontraída, daquelas que parecem mais um papo de boteco entre amigos, que o assunto veio à tona. Caetano contou, com aquela voz serena que a gente conhece, sobre descobrir que praticamente todos os seus filhos — são sete, imagine só — desenvolveram uma relação forte com a religião.
"Confesso que me pegou desprevenido", admitiu ele, com um sorriso meio sem jeito. "Mas foi daquelas surpresas boas, sabe? Daquelas que a gente guarda no peito."
Uma jornada espiritual inesperada
O interessante é que o próprio Caetano sempre foi bastante crítico em relação às instituições religiosas. Ele mesmo se define como "descrente" — mas com aspas, porque nada na vida é preto no branco.
"Cresci num ambiente católico na Bahia, mas depois me afastei", relembrou. "Agora, ver meus filhos encontrando seu próprio caminho espiritual... bem, isso me fez repensar muitas coisas."
E não foi algo imposto, ele deixa claro. Cada um chegou lá por conta própria, seguindo trilhas diferentes. Alguns mais conectados com tradições, outros com espiritualidades alternativas. O que importa mesmo é a sinceridade da busca.
O que os filhos ensinaram ao pai
Aqui é que a coisa fica bonita de verdade. Caetano fala com os olhos brilhando — dá pra ver mesmo através das palavras escritas — sobre o que aprendeu com essa experiência toda.
"Eles me mostraram que a fé pode ser algo leve, livre", reflete. "Não precisa daquelas amarras todas que eu via na minha juventude."
E faz uma pausa mental antes de completar: "É como se tivessem me dado de presente uma nova maneira de enxergar o sagrado. E quem recusa presente?".
Um legado que vai além da música
No final das contas, o que fica é a imagem de um pai que, aos oitenta e poucos anos, ainda se surpreende com os filhos. Ainda aprende com eles. Ainda se emociona com as escolhas que fazem.
"A vida é mesmo uma caixinha de surpresas", filosofa Caetano. "E as melhores vêm justamente de onde a gente menos espera."
E assim, entre uma reflexão e outra, o artista nos presenteia com uma lição sobre aceitação, evolução e — por que não? — amor incondicional. Coisa rara nos dias de hoje, não é mesmo?