
Parece inofensivo, não é? Um elogiozinho aqui, uma brincadeira ali. Mas é aí que mora o perigo. A tal da "barriguinha de pai" do Renato Góes virou assunto nas redes sociais, e olha, a coisa é bem mais profunda do que aparenta.
Enquanto as mulheres são crucificadas por qualquer grama a mais, os homens ganham até apelido carinhoso para a gordura abdominal. Que mundo é esse, hein?
O Elogio que Não é Elogio
Você já parou pra pensar como isso funciona? Uma mulher com alguns quilos a mais vira alvo de críticas veladas e às vezes nem tão veladas assim. Já o homem... ah, o homem ganha até status de "fofinho".
Renato Góes, com sua barriguinha tranquila, sem fazer alarde, virou sem querer o símbolo dessa disparidade. E o pior: muita gente nem percebe o problema.
Dois Pesos, Duas Medidas
É impressionante como normalizamos esse tipo de coisa. A sociedade criou um manual não escrito onde:
- Mulher deve ser sempre perfeita
- Homem pode ser "natural"
- Envelhecer é crime para elas, charme para eles
- Gordura neles é "coisa de homem", nelas é "descuidO"
E não venham me dizer que é mimimi. Quem nunca viu uma amiga sofrendo com dieta maluca enquanto o marido come tranquilamente seu churrasco no domingo?
As Redes Sociais Escancarando o Óbvio
Nas discussões online, ficou claro como água: tem gente que realmente não enxerga o machismo nessa história. "Ah, mas é só uma brincadeira", dizem alguns. Pois é, sempre é "só uma brincadeira" quando convém.
O caso do Renato serviu como um espelho. Mostrou nossa cara sem filtro. E convenhamos, não é a mais bonita das imagens.
E o Renato nisso Tudo?
Cá entre nós, o cara deve estar se perguntando como virou o protagonista involuntário dessa discussão. Mas talvez seja exatamente isso que precisávamos: um exemplo concreto, atual, que mostre como esses padrões duplos estão entranhados no nosso dia a dia.
E não é sobre culpar o Renato, longe disso. É sobre usar esse episódio para abrir os olhos.
Mudança Começa pelo Olhar
Que tal a gente começar a prestar atenção nessas "pequenas" diferenças? Reparar como tratamos corpos diferentes de formas diferentes. Questionar o que parece natural, mas não é.
Porque no fundo, todo mundo merece ser feliz com seu corpo, seja com barriguinha ou sem. Sem julgamentos, sem duplos padrões, sem machismo disfarçado de elogio.
E você, já parou pra pensar quantas vezes reproduziu esse tipo de comportamento sem nem perceber?