A Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciou, nesta terça-feira (16), a criação de uma nova categoria de ingressos para a Copa do Mundo de 2026, com preços significativamente mais acessíveis. A medida surge como uma resposta às duras críticas recebidas pela entidade devido aos valores elevados cobrados para assistir aos jogos do torneio.
Resposta às críticas: uma categoria acessível
A nova modalidade, batizada de "categoria especial", terá ingressos fixados em US$ 60, o equivalente a aproximadamente R$ 326. Esses bilhetes estarão disponíveis para todas as 104 partidas do Mundial, incluindo a grande final. Segundo a Fifa, os ingressos serão destinados ao setor de "arquibancada básica" e sua comercialização ficará a cargo das associações regionais de cada país classificado.
Cabe a cada federação nacional definir os critérios de alocação e o processo de inscrição para seus torcedores. A orientação da Fifa é clara: as associações devem garantir que "os ingressos sejam destinados aos torcedores mais fiéis de sua seleção".
O abismo nos preços dos ingressos
A criação da nova categoria evidencia o contraste brutal com os preços anteriormente divulgados. De acordo com as tabelas oficiais, os ingressos mais baratos para a final do torneio, na categoria "econômica", começavam em US$ 4.195 (cerca de R$ 22,8 mil). Para assentos "padrão", o valor subia para US$ 5.575 (R$ 30,2 mil), e na categoria "premium", alcançava a marca de US$ 8.680 (R$ 47 mil).
Para jogos da fase de grupos, os valores também eram considerados altos. Um ingresso "padrão" para o confronto entre Catar e Suíça, em Santa Clara, Califórnia, custaria US$ 380 (R$ 2.060). Já para a partida de abertura entre Croácia e Inglaterra, em Dallas, o mesmo tipo de assento sairia por US$ 500 (R$ 2.711). Os ingressos "econômicos", que a própria Fifa admite serem escassos, tinham preço inicial de US$ 265 (R$ 1.437) para esse jogo.
Demanda alta e justificativa da Fifa
Apesar da polêmica, a demanda pelo evento segue extraordinária. A Fifa informou que, desde a última quinta-feira, quando teve início a terceira fase de vendas, já foram recebidas 20 milhões de solicitações por ingressos. Quase dois milhões de bilhetes já haviam sido vendidos em sorteios de pré-venda, muitos deles custando centenas de dólares.
Em nota, a entidade se defendeu das críticas, lembrando seu status de organização sem fins lucrativos. "A Fifa, como organização sem fins lucrativos, reinveste as receitas geradas pela Copa do Mundo a fim de promover o crescimento do futebol masculino, feminino e juvenil nas 211 federações membro", afirmou.
A decisão de criar uma categoria de baixo custo parece ser um movimento estratégico para acalmar os ânimos dos torcedores e governos dos países sede, principalmente dos Estados Unidos, onde a crítica aos preços foi mais vocal. Resta agora aguardar como as federações nacionais implementarão os critérios para distribuir os ingressos acessíveis entre seus torcedores mais fiéis.