
Parece que o relógio está correndo mais rápido que a capacidade de organização para um dos maiores eventos globais do planeta. E olha que estamos falando de menos de 75 dias para a abertura da COP30, aqui mesmo no coração da Amazônia.
A situação é, no mínimo, curiosa: de 198 países esperados, apenas 61 — sim, você leu certo — conseguiram garantir onde vão pendurar suas chapeiras durante os dias da conferência. Isso dá pouco mais de 30% dos participantes. O resto? Bem, parece que ainda estão navegando em sites de reservas ou rezando por um milagre logístico.
Um quebra-cabeça logístico de proporções amazônicas
Imagina só coordenar a chegada de delegações do mundo inteiro para uma cidade que, vamos combinar, não está acostumada com hospedagem em escala olímpica. Não é como se Belém tivesse hotéis brotando da terra como árvores na floresta.
O governo federal, coitado, está se virando nos trinta para aumentar a oferta. Falam em mais de 5 mil leitos só com a ampliação do complexo hoteleiro existente. Mas entre falar e fazer… bem, sabemos que existe uma distância considerável.
O que dizem os números?
- 61 países com hospedagem confirmada (e olhe lá)
- 137 nações ainda na espera — ou no desespero
- 5.200 leitos prometidos pelo poder público
- 0 margem para erro com o tempo se esgotando
Não me leva a mal, mas a situação tem um quê de ironia. A gente discute o futuro do planeta, mas não consegue resolver algo tão terra-a-terra como onde todo mundo vai dormir. É de dar um nó na cabeça.
E os hotéis? Lotados como metrô em hora de rush
Os estabelecimentos tradicionais já estão com ocupação beirando os 100% para o período. Alguns até beyond, se é que me entende. A solução? Partir para alternativas criativas.
Pensaram em navios-hotéis — ideia que, confesso, tem seu charme. Imaginem delegados acordando com o view do Rio Guamá. Mas até isso esbarra em questões de infraestrutura portuária que não se resolvem com estalar de dedos.
O setor hoteleiro local está numa montanha-russa de emoções. Por um lado, a chance de lucrar como nunca. Por outro, o pesadelo de não dar conta do recado. É aquela coisa: queremos o ouro, mas não sabemos nadar.
E não é só questão de cama. Pensem no transporte, na alimentação, na segurança… é um desafio que cresce em progressão geométrica a cada dia que passa.
O timing perfeito para o desastre perfeito?
Com a data se aproximando a passos largos, a ansiedade só aumenta. Será que vão conseguir virar o jogo a tempo? Ou vamos ver delegados dormindo em redes nas praças de Belém?
Brincadeiras à parte, a situação é séria. Uma conferência dessa magnitude requer planejamento minucioso, e a hospedagem é apenas a ponta do iceberg de desafios logísticos.
Resta torcer para que a criatividade brasileira — famosa no mundo todo — se manifeste com força total. Porque convenhamos: depois de tantos anos esperando sediar esse evento, seria uma tragédia se fracassássemos na hora H por algo tão… básico.
O mundo está de olho. E Belém, ah, Belém — nunca esteve tão sob os holofotes globais. Tomara que consigamos mostrar nossa melhor face, e não… bem, você sabe.