Do auge à crise: a montanha-russa de Samuel Lino no Flamengo em apenas 60 dias
Samuel Lino: da Seleção ao protesto em 2 meses

Parece até roteiro de novela, mas é a realidade nua e crua que Samuel Lino vive no Flamengo. Do céu ao inferno em tempo recorde — coisa de dois meses, para ser exato. Uma viagem tão vertiginosa que dá até tontura.

Lá estava ele, em maio, recebendo a notícia que todo jogador brasileiro sonha: convocado para a Seleção. O mundo parecia sorrir, o futuro brilhava. Mas o futebol, ah, o futebol tem dessas reviravoltas que nem os melhores roteiristas conseguiriam imaginar.

O ponto de virada que ninguém esperava

Dois meses. Sessenta dias apenas separam o ápice da crise. Enquanto vestia a amarelinha, Lino mal podia prever o que estava por vir. A volta ao Mengão trouxe consigo uma sequência — vamos chamar de — complicada.

E então aconteceu. Domingo passado, contra o Cuiabá, algo mudou. A torcida, aquela mesma que antes ovacionava, decidiu falar mais alto. Ou melhor, vaiar. E não foram vaias tímidas, daquelas que passam despercebidas. Eram protestos claros, direcionados, cada um soando como uma pequena facada no orgulho do atacante.

Quando o Maracanã vira tribunal

É curioso como estádios transformam-se em praças de julgamento. Lino entrou no segundo tempo, substituindo Luiz Araújo, e o que se seguiu foi um daqueles momentos que marcam carreiras. Cada toque na bola acompanhado pelo coro descontente.

Não foi algo passageiro. A insatisfição cresceu, ganhou corpo, tornou-se personagem do jogo. E o mais impressionante: tudo isso acontecendo com o Flamengo vencendo por 1 a 0. Sim, mesmo com o time na frente, a paciência havia se esgotado.

Quem diria, né? Do status de selecionável ao alvo preferencial das vaias em tempo recorde. O futebol brasileiro não perdoa — e não espera.

O contraste que dói

Pense bem: maio trouxe o reconhecimento máximo, julho traz o questionamento público. É como aquelas histórias de amor que começam intensas e terminam em brigas feias. Só que aqui o romance é com a torcida, e o término está sendo barulhento.

O que mudou nesse curto espaço de tempo? Performance, claro. Expectativas frustradas. A sensação — talvez injusta — de que poderia entregar mais. O futebol é assim: implacável em seus julgamentos rápidos.

E agora? Bom, agora resta a Lino a tarefa mais difícil: reconquistar. Porque no Brasil, especialmente no Rio, a torcida é como aquela paixão antiga — quando se desilude, leva tempo para voltar a acreditar.

Mas se tem uma coisa que a história do futebol nos ensina é que os grandes jogadores sabem usar a crítica como combustível. Resta saber se esta será a pá de cal ou o ponto de virada na trajetória de Samuel Lino no Flamengo.