
O coração da fé brasileira está se preparando para bater mais forte. Com a Festa da Padroeira se aproximando a passos largos — estamos falando de outubro, gente — o Santuário Nacional de Aparecida já está com tudo nos eixos para receber aquela multidão de romeiros que transforma a cidade num verdadeiro caldeirão de devoção.
E sabe o que é mais bonito de ver? A rede de solidariedade que se forma em torno disso tudo. A Tenda dos Peregrinos, aquela estrutura gigantesca que chega a lembrar um oásis no meio da movimentação, precisa de braços — e principalmente corações — voluntários. A meta é simples, mas grandiosa: montar uma equipe de 180 pessoas por dia, divididas em três turnos diferentes. É trabalho que não falta!
Mais do que ajudar, é acolher
Não se engane pensando que é só distribuir água ou um lanche. O negócio aqui vai muito além. Os voluntários são, na prática, os primeiros a receber esses peregrinos que chegam cansados da estrada, muitos depois de longas caminhadas que testam até a própria fé. Eles precisam de um sorriso, uma palavra amiga, uma orientação. Às vezes, só de saber que tem alguém ali, cuidando.
Parece clichê, mas é a mais pura verdade: essa experiência costuma marcar tanto quem ajuda quanto quem é ajudado. Tem gente que volta ano após ano, criando quase que uma tradição familiar em torno do voluntariado.
Como fazer parte disso?
As inscrições estão rolando desde segunda-feira — e vão até 10 de outubro, então melhor não deixar para a última hora. O processo é bem direto: é só acessar o site do Santuário e preencher o formulário online. Ah, e tem um detalhe importante: precisa ter pelo menos 18 anos completos.
Os selecionados vão passar por uma preparação no dia 11 de outubro, um sábado. É quando recebem todas as orientações, conhecem a estrutura e já vão se familiarizando com a missão que os espera.
E olha, a estrutura que espera por eles é daquelas de deixar qualquer um de queixo caído. A Tenda dos Peregrinos não é qualquer barracão — é um espaço de 3 mil metros quadrados, com capacidade para atender nada menos que 2 mil pessoas simultaneamente. Tem de tudo: desde atendimento médico básico até aquele cafezinho que salva, passando por lanches, informações e até uma escuta amiga para quem precisa desabafar um pouco.
Um evento que para a cidade
Para quem não conhece a dimensão da Festa da Padroeira, é difícil até imaginar. A cidade praticamente para — no bom sentido! — para receber os fiéis. No ano passado, pasmem, foram mais de 200 mil pessoas participando das celebrações. É gente de todo canto do Brasil, cada um com sua história, seu motivo, sua fé.
E no meio dessa massa humana, os voluntários da Tenda funcionam como uma espécie de âncora. São pontos de referência, portos seguros. Muitos peregrinos chegam sem saber direito para onde ir, outros estão exaustos, alguns emocionados demais. Ter alguém preparado para recebê-los faz toda a diferença.
É engraçado como essas coisas funcionam — às vezes a gente acha que vai ajudar os outros e acaba se ajudando também. O cansaço no final do dia é real, mas a sensação de ter feito a diferença na jornada de alguém... bem, isso não tem preço que pague.
Quem já participou costuma dizer que volta diferente. Mais paciente, mais grato, mais consciente da força que a fé tem para unir pessoas tão diferentes. E no final das contas, é disso que se trata: de construir pontes, mesmo que por alguns dias apenas.