Era como se o céu tivesse emprestado suas cores para a terra. Logo cedo, uma multidão que parecia não ter fim começou a chegar - devotos de todos os cantos do Brasil, cada um com sua história, sua esperança, sua fé transbordando pelos olhos. O Santuário Nacional, aquela imponente estrutura que já vi tantas vezes, parecia hoje especialmente acolhedora.
As câmeras registraram momentos que vão ficar na memória. Homens carregando imagens da santa com cuidado quase maternal, crianças vestidas de anjos com aquela ingenuidade que comove, idosos que venceram dores e cansaços só para estar ali. A Basílica, com sua arquitetura que sempre me impressiona, serviu de palco para algo maior que pedras e concreto.
Um Dia de Emoções Intensas
Quem já participou de uma romaria sabe - há algo no ar que é difícil explicar. Não é só religião, é humanidade pura. Vi senhoras com lágrimas nos olhos abraçando umas às outras, jovens ajudando idosos a subir as escadas, mães acalentando bebês no colo enquanto rezavam. A fé, nessas horas, mostra sua face mais generosa.
As missas foram celebradas com uma intensidade que arrepiava. O coral, meu Deus, que vozes! Pareciam transportar a gente para outro plano. E quando todos começaram a cantar juntos aquela música tradicional... bem, confesso que meus olhos ficaram um pouco úmidos também.
Os Detalhes que Fazem a Diferença
- As flores - tantas cores e aromas decorando cada altar
- As velas acesas formando um mar de chamas tremulantes
- Os uniformes dos voluntários, sempre prestativos e sorridentes
- O som dos sinos ecoando por todos os cantos
E pensar que tudo começou com três pescadores e uma imagem encontrada no rio, séculos atrás. A história se repete a cada ano, mas sempre com nova roupagem, novas esperanças, novos milagres silenciosos acontecendo nos corações.
Agora, enquanto escrevo estas linhas, ainda consigo sentir o eco dos cânticos. O Santuário pode ter esvaziado, mas a energia daquele dia ficou impregnada nas paredes, nos bancos, no ar. Até o próximo ano, quando a fé nos reunirá novamente.
