A cultura popular pernambucana perdeu uma de suas vozes mais importantes. Severina Baracho, conhecida como Dona Biu, faleceu aos 72 anos, na noite do último sábado (6). A informação foi confirmada pela família e pela prefeitura de Abreu e Lima, cidade da Região Metropolitana do Recife onde a artista residia.
Uma vida dedicada à ciranda
Nascida em 12 de novembro de 1953, Dona Biu era filha do mestre Antônio Baracho, uma lenda conhecida como o 'Rei da Ciranda' e do maracatu em Pernambuco, falecido em 1988. Junto com sua irmã, Maria Dulce Baracho, ela assumiu a missão de cuidar e perpetuar o legado artístico deixado pelo pai.
A dupla de irmãs se tornou uma referência na cena cultural, participando de diversos eventos e shows. Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi a apresentação ao lado da cirandeira Lia de Itamaracá no Rock in Rio 2024, levando a tradição pernambucana para um dos maiores palcos do mundo.
Detalhes do falecimento e homenagens
Segundo a prefeitura de Abreu e Lima, a causa da morte foi um câncer de pulmão, doença que a artista tratava há alguns anos. O velório foi realizado no domingo (7), a partir das 15h, no Cemitério Municipal Santo Antônio, na cidade. O sepultamento ocorreu às 16h do mesmo dia.
Em uma emocionante mensagem publicada no Instagram, sua irmã e parceira de palco, Maria Dulce, expressou sua dor. "O dia amanheceu mais triste, os pássaros não cantaram, o silêncio tomou conta, e o vazio dentro do meu peito se expandiu... Eu vou te levar comigo aonde quer que vá... Eu te amo, minha irmã! Que Deus lhe receba de braços abertos", escreveu.
O legado de Dona Biu para a cultura
A prefeitura de Abreu e Lima também se manifestou, lamentando a perda e enaltecendo sua contribuição. "Que descanse em paz essa grande estrela da nossa cultura, que seguirá iluminando quem faz e admira a arte em nossa cidade", declarou a gestão municipal.
A trajetória de Severina Baracho, a Dona Biu, se confunde com a história da própria ciranda em Pernambuco. Mais do que uma artista, ela era uma guardiã da tradição, um elo vivo entre o trabalho pioneiro de seu pai e as novas gerações. Sua ausência deixa um vazio no cenário cultural, mas seu legado de dedicação à música e às raízes populares permanecerá como uma luz para o futuro.