Para quem é apaixonado por música e pelas histórias por trás dos grandes artistas, filmes e documentários biográficos são uma janela única para esse universo. Cansado das repetições no futebol e do excesso de lançamentos cinematográficos sem qualidade, um mergulho nessas narrativas reais se torna um refúgio valioso.
Produções nacionais que retratam ícones do Brasil
O cinema brasileiro produziu obras fundamentais que imortalizam a trajetória de alguns de nossos maiores artistas. "1972" (2006), dirigido por José Emílio Rondeau, é um deles. O filme mistura romance juvenil e música para retratar um Rio de Janeiro sob a ditadura militar, capturando a efervescência e os conflitos da juventude da época.
Já "Loki" (2009), de Paulo Henrique Fontenelle, é considerado por muitos um dos melhores documentários já feitos sobre um músico. A obra traça de forma crua a ascensão e queda do gênio Arnaldo Baptista, dos Mutantes, cujo potencial foi interrompido por problemas de saúde.
A vida do poeta do rock brasileiro é o centro de "Cazuza: o tempo não para" (2004), dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho. Com atuações marcantes de Daniel de Oliveira e Marieta Severo, o filme emociona ao revisitar os altos e baixos do astro dos anos 1980.
Walter Carvalho também assina "Raul: o início, o fim e o meio" (2012), um documentário espetacular sobre Raul Seixas. Recheado de depoimentos, a produção explora a genialidade, a fama, os insucessos e o fim trágico do mito.
Baseado na biografia "Vale Tudo", de Nelson Motta, o filme "Tim Maia" (2014), dirigido por Mauro Lima, traz à tela a vida tumultuada do soulman brasileiro. Com atuações impecáveis de Babu Santana e Robson Nunes, o longa é uma viagem pela personalidade única e pelo talento inigualável do cantor.
Clássicos internacionais que marcaram gerações
No cenário internacional, uma obra-prima visual surgiu do álbum conceitual do Pink Floyd. "The Wall" (1982), dirigido por Alan Parker, traduz para as telas a mente genial e conturbada de Roger Waters, mesclando sua infância traumática com os conflitos de uma estrela do rock.
O making-of de um dos álbuns mais lendários do rock é revelado em "Stones in Exile" (2010), de Stephen Kijak. O documentário detalha a gravação de "Exile on Main St." em 1972, quando os Rolling Stones se isolaram em uma mansão no sul da França, em uma atmosfera de excessos criativos.
A cinebiografia da banda The Doors, dirigida por Oliver Stone em 1991, tem em Val Kilmer uma interpretação definitiva de Jim Morrison. Apesar de críticas sobre a fidelidade histórica, o filme captura o espírito rebelde e autodestrutivo do vocalista.
Baseado na experiência real do diretor Cameron Crowe, "Quase Famosos" (2000) é um amor à música e ao jornalismo musical. A trama acompanha um jovem repórter da Rolling Stone em uma turnê com uma banda fictícia, retratando com afeto a vida na estrada nos anos 1970.
Musicais e cinebiografias que renovaram o gênero
Mais recentemente, "Rocketman" (2019), dirigido por Dexter Fletcher, elevou o padrão das cinebiografias musicais. Diferente de "Bohemian Rhapsody", o filme sobre Elton John se permite ser um musical fantástico, usando as canções do artista para ilustrar de forma visceral sua vida pessoal e artística, com uma atuação magistral de Taron Egerton.
Essas produções, entre documentários e filmes, vão além do entretenimento. Elas preservam legados, contextualizam obras e permitem que novas gerações compreendam o impacto cultural de artistas que definiram épocas. Para qualquer fã de música, essa lista é um ponto de partida essencial.