Imagine abrir as portas de um lugar que é praticamente um segundo lar e se deparar com a cena mais desoladora possível. Foi exatamente isso que aconteceu com a equipe do Centro Cultural da Urca, em Poços de Caldas, no coração de Minas Gerais. Na última segunda-feira, 25, o clima era de total consternação.
Os criminosos, que parecem ter agido com uma frieza impressionante, arrombaram o lugar e levaram tudo o que conseguiram carregar. E não foi pouco. Levaram equipamentos de som que eram a alma das apresentações, dois microfones que capturavam cada nota musical, um laptop que armazenava projetos e memórias, e até mesmo aqueles cabos e conectores que, convenhamos, ninguém nota até fazerem falta. Um prejuízo que deixa qualquer um com o coração apertado.
Um baile para salvar a cultura
Mas sabe qual é a parte mais incrível dessa história triste? A reação da comunidade. Em vez de ficarem parados chorando sobre o leite derramado – ou, no caso, os equipamentos furtados –, a diretoria do centro cultural já botou a mão na massa. E a ideia é, no mínimo, genial.
Eles estão organizando um evento beneficente, um baile com muito samba no pé e solidariedade no coração, marcado para o próximo sábado, 30 de agosto. A entrada? Um quilo de alimento não perecível ou um produto de limpeza. É ou não é uma forma maravilhosa de transformar raiva em esperança?
O valor arrecadado com a venda das bebidas no evento será todo revertido para a recuperação do centro cultural. É aquele velho e bom espírito mineiro de juntar a galera e fazer a coisa acontecer, mesmo quando a situação aperta.
O prejuízo vai além do financeiro
O pior de tudo não é só o valor dos objetos levados. É o que eles representam. Cada um daqueles equipamentos era uma ferramenta para manter viva a cultura local. Oficinas de teatro, ensaios de grupos de música, reuniões de comunidades – tudo isso agora está parado, suspenso no ar, esperando por uma solução.
E olha, a diretoria já fez aquele ritual moderno e necessário: registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Poços de Caldas. Agora, torcem não só pela recuperação dos itens, mas também por justiça. Quem faz uma coisa dessas com um espaço que é de todos merece, no mínimo, um puxão de orelha bem dado.
Enquanto a polícia faz seu trabalho, a comunidade mostra que a verdadeira força não está nas trancas das portas, mas na união das pessoas. O baile do sábado promete ser mais do que uma festa; vai ser um recado claro de que a cultura em Poços de Caldas não se cala.
