
Não foi uma simples viagem. Foi uma peregrinação a cavalo, uma odisseia de oito dias que cortou o Rio Grande do Sul com um propósito sagrado: carregar a Chama Crioula até seu destino final. E que destino! Passo Fundo recebeu o símbolo máximo dos festejos farroupilhas na tarde deste sábado, 24 de agosto, num momento de pura emoção que arrepiou até o mais calejado dos peões.
Imagine só: 270 quilômetros percorridos a passo de cavalo. Uma verdadeira maratona equestre que começou lá em Sanandreu, no distante dia 16, e terminou aqui no coração do Planalto Médio. O grupo de cavaleiros, esses heróis anônimos da tradição, fez história a cada estrada de chão, a cada nascer do sol nos campos.
Uma Jornada de Fé e Superação
O trajeto? Uma verdadeira prova de resistência. De Sanandreu para Caseiros, depois Tapera, Ciríaco... cada parada era um capítulo dessa epopeia gaúcha. E não pense que foi fácil – enfrentaram frio, calor, cansaço físico que só quem já montou por horas consecutivas consegue imaginar.
Mas sabe qual é o mais incrível? A chama não se apagou nem uma vez sequer. Parece até milagre, considerando os ventos que varrem essas regiões. Dizem os mais antigos que é sinal de bons augúrios para as comemorações que estão por vir.
O Momento da Chegada: Emoção à Gaúcha
Quando a comitiva finalmente avistou os primeiros contornos de Passo Fundo, a emoção tomou conta de todos. Não havia como disfarçar – olhos marejados, abraços apertados, aquele orgulho que transborda sem pedir licença. A chama, agora safe em seu fogo simbólico, representava muito mais que fogo: era a alma do Rio Grande sendo transportada de geração em geração.
E o povo de Passo Fundo? Ah, recebeu a chama como se recebe um parente querido depois de longa ausência. Havia uma energia no ar, uma daquelas que a gente sente na pele mas não consegue explicar direito com palavras.
Muito Mais que Fogo: O Significado Profundo
Para quem não é do Sul, pode parecer apenas uma chama. Mas qualquer gaúcho de verdade sabe que é coisa séria. A Chama Crioula é o coração pulsante dos festejos farroupilhas, o elo que conecta o presente com a bravura dos antepassados. É como se cada centelha carregasse um pedaço da nossa história.
E agora, com o símbolo finalmente em solo passo-fundense, os preparativos para a Semana Farroupilha ganham um novo ânimo. Os CTGs da região já esfregam as mãos de antecipação – é tempo de organizar rodeios, bailes, churrascos e aquelas conversas de galpão que duram até o amanhecer.
Particularmente, acho que essas tradições são o que nos mantém unidos como povo. Num mundo cada vez mais digitalizado, ver gente se emocionando com uma chama que viajou 270 km no lombo de cavalos... isso não tem preço.
E você? Vai perder a chance de ver de perto essa chama que já virou lenda? Dizem que ela traz sorte para quem a contempla com respeito e devoção. Eu, particularmente, não vou arriscar ficar de fora dessa energia toda.