O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro transforma-se em uma janela para um dos ecossistemas mais fascinantes do país. Até o dia 2 de fevereiro de 2026, os cariocas e visitantes têm a oportunidade única de explorar a exposição "Manguezal", uma imersão completa na força cultural e ecológica dos manguezais brasileiros.
Arte e ciência se encontram nos manguezais
A mostra reúne cinquenta obras que estabelecem um diálogo profundo entre expressões artísticas, conhecimento científico e os saberes tradicionais das comunidades que vivem às margens da Baía de Guanabara. Esta iniciativa representa uma ponte entre o universo acadêmico e o conhecimento ancestral.
O projeto nasce da perspectiva única do oceanógrafo, ambientalista e fotógrafo Enrico Marone, que dedicou parte de sua carreira a percorrer diversos manguezais brasileiros. Seu trabalho fotográfico registra meticulosamente a riqueza ecológica, cultural e econômica desses ambientes costeiros.
Desmistificando os manguezais
As fotografias de Marone desempenham um papel crucial em confrontar estigmas históricos que tradicionalmente associavam os manguezais a ambientes de sujeira ou degradação. Suas imagens revelam, na verdade, um ecossistema vibrante, diversificado e fundamental para o equilíbrio climático do planeta.
"A exposição apresenta os manguezais em toda sua complexidade e beleza", explica um dos curadores. "Queremos que as pessoas vejam além dos preconceitos e compreendam a importância vital desses ambientes."
Programação extensa e gratuita
A iniciativa integra o programa Encontros Propagulares, desenvolvido pela organização não-governamental Guardiões do Mar. Entre novembro de 2025 e janeiro de 2026, o CCBB-RJ se transforma em um território vivo de aprendizado, oferecendo uma programação diversificada e completamente gratuita.
As atividades são especialmente voltadas para:
- Escolas e educadores da região
- Crianças e jovens
- Comunidades locais
- Interessados em geral
A programação inclui visitas mediadas, oficinas criativas e rodas de conversa com artistas e lideranças dos povos do mar. Estas atividades promovem um intercâmbio valioso de conhecimentos e experiências.
Impacto social e ambiental
Ao aproximar o público dos saberes tradicionais e da potência regeneradora dos manguezais, a exposição reforça a importância desse bioma tanto para a cultura local quanto para o futuro da Baía de Guanabara. Um dos aspectos mais interessantes destacados na mostra é como o artesanato tradicional tem se tornado uma fonte de renda alternativa para pescadores que dependem dos manguezais.
Esta abordagem integrada demonstra como a conservação ambiental pode andar de mãos dadas com o desenvolvimento econômico sustentável das comunidades costeiras.