O Carnaval do Rio de Janeiro em 2026 terá uma proposta de sofisticação discreta e experiências sensoriais no camarote Alma Rio. O espaço, localizado na Marquês de Sapucaí, decidiu aprofundar seu posicionamento como a casa do "luxo silencioso" durante os desfiles, focando em uma curadoria artística refinada e na qualidade da experiência para um público que busca mais do que apenas entretenimento barulhento.
Dois territórios musicais bem definidos
A principal inovação anunciada para a próxima edição está na arquitetura musical do projeto. O Alma Rio passará a operar com dois eixos complementares, mas com identidades próprias.
De um lado, o Electronic Club promete trazer uma curadoria de peso internacional para a Avenida. O espaço reunirá alguns dos nomes mais respeitados da cena eletrônica global, como Jamie Jones, Seth Troxler, Black Coffee e WhoMadeWho, em apresentações que valorizam encontros musicais especiais, sets B2B (back-to-back) e performances exclusivas.
Paralelamente, o camarote reforça sua conexão com as raízes do país através do eixo Brazilian Soul. Este território celebrará a força, a elegância e a emoção da música nacional, com artistas consagrados como Mart'nália e Gilsons representando essa vertente.
Menos volume, mais intenção: a filosofia por trás do projeto
Em entrevista, a empresária e sócia do projeto, Alessandra Pirotelli, explicou a essência do Alma Rio. Ela destacou que a proposta vai muito além de ser apenas um camarote com grandes atrações.
"Alma Rio deixa ainda mais claro que não se trata apenas de um camarote com grandes atrações, mas de um projeto cultural e sensorial, onde o entretenimento é tratado com o mesmo cuidado que a arquitetura, a gastronomia e o serviço", afirmou Pirotelli. "A grande diferença está exatamente aí: menos volume, mais intenção; menos exposição, mais experiência."
Os desafios de resistir ao óbvio
Alessandra Pirotelli também falou sobre os principais desafios de manter um camarote com esse perfil na efervescência do Carnaval. Para ela, a maior dificuldade é não ceder ao óbvio e resistir às fórmulas prontas, à tentação do excesso e à pressão por visibilidade imediata.
Outro ponto sensível, segundo a empresária, é a curadoria humana. Um espaço com essa proposta não depende apenas das atrações no palco ou da cenografia, mas também do público que frequenta o ambiente e das interações que ocorrem ali.
"Isso exige leitura de comportamento, sensibilidade e decisões muitas vezes contra a lógica do mercado", completou.
Expectativas e uma trajetória de 26 anos na Sapucaí
As expectativas para 2026, segundo Pirotelli, estão menos ligadas a números de público ou exposição na mídia, e mais relacionadas à qualidade da experiência oferecida aos frequentadores. Ela espera que o Alma Rio continue sendo percebido como um local onde as pessoas se sintam à vontade para conversar, celebrar e se emocionar.
A empresária ainda expressou o desejo de que o projeto ajude a ampliar o olhar sobre o Carnaval, demonstrando que a festa pode ser, ao mesmo tempo, profundamente popular e altamente sofisticado.
Sua relação com a Sapucaí começou há mais de 26 anos. Ao longo desse período, ela esteve à frente de diversos espaços que se tornaram referência na Avenida, além de projetos e espetáculos que levaram a experiência do Carnaval brasileiro para países como China, Gabão, Portugal, Itália, Espanha, Estados Unidos e Macau.
"Costumo dizer que sou uma semeadora da Sapucaí. Plantei raízes, acompanhei transformações e sigo acreditando que o Carnaval é um território vivo", finalizou Alessandra Pirotelli.