
Quem diria que aquelas máquinas barulhentas dos fliperamas dos anos 80 e 90 ainda teriam tanto apelo? Pois é, a Primeira Bienal Internacional do Pinball provou, com todas as letras — e muitos tilintares de bolinhas de metal — que a paixão pelos fliperamas está mais viva do que nunca.
O evento, que rolou em São Paulo, simplesmente lotou. E quando digo lotou, é aquela coisa de gente disputando espaço pra conseguir uma jogatinha nas preciosidades expostas. Foi uma verdadeira peregrinação de saudosistas e novos convertidos ao culto das bolinhas prateadas.
Máquinas que contam histórias
O que mais me impressionou — e olha, não sou fácil de impressionar — foi a variedade absurda de modelos. Tinha desde aqueles fliperamas antigos, desses que a gente via nos bares dos anos 70, até as versões mais modernas, com luzes piscando e efeitos especiais que parecem saídos de filmes de ficção científica.
Cada máquina era praticamente uma cápsula do tempo. Alguns colecionadores chegaram a trazer peças raríssimas, daquelas que você só vê em documentários sobre a era de ouro dos arcades. E o melhor: tudo disponível para jogar! Não era aquela exposição chata onde você só pode olhar.
Competição acirrada e muita emoção
O clima dos campeonatos foi simplesmente eletrizante. Havia desde profissionais — sim, existe gente que vive disso — até amadores tentando a sorte. A tensão no ar dava pra cortar com faca quando algum jogador se aproximava da pontuação máxima.
E não foram só os adultos que se divertiram. Crianças que nunca tinham visto um fliperama na vida — acostumadas que estão com videogames ultramodernos — ficam fascinadas com a simplicidade genial daqueles mecanismos. Uma menina de uns oito anos me disse: "É mais legal que celular!". Quem precisa de realidade virtual quando se tem uma bolinha de metal e alguns flippers?
Mais do que nostalgia
O que ficou claro pra mim é que isso vai muito além da simples saudade dos tempos idos. Existe toda uma cultura em torno do pinball, com comunidades fervorosas, técnicas complexas e até uma economia paralela de restauração e colecionismo.
Os organizadores, diga-se de passagem, estavam visivelmente emocionados com a resposta do público. Um deles comentou comigo, meio sem fôlego: "Nunca imaginei que tanta gente ainda se importasse com isso. É como reviver minha adolescência, mas com muito mais gente junto".
Parece que encontramos, finalmente, um antídoto contra a digitalização excessiva dos nossos tempos. Algo tátil, barulhento e gloriosamente analógico que continua a cativar gerações. Quem sabe não estamos testemunhando o renascimento dos fliperamas?