Judoca autista do DF supera pesadelo: mala com quimono extraviada é recuperada a tempo de competir na Argentina
Judoca autista recupera quimono extraviado para competir

Imagine a cena: horas antes de embarcar para representar seu país, você descobre que sua bagagem – com equipamento essencial – simplesmente desapareceu. Foi exatamente esse pesadelo que viveu o jovem judoca brasiliense João Gabriel, atleta do espectro autista, cujo quimono sumiu misteriosamente durante o check-in no aeroporto.

O drama começou na quarta-feira (20), quando João e sua comitiva se preparavam para voar rumo à Argentina, onde ele competiria no Campeonato Pan-Americano. A mala, contendo não apenas o quimono oficial mas também outros equipamentos de treino, foi extraviada pela companhia aérea Gol. Desespero total.

Corrida contra o tempo

Enquanto a família entrava em contato frenético com o aeroporto, a assessoria do atleta acionava todos os recursos possíveis. As horas passavam lentamente, cada minuto contando. A competição se aproximava e sem o quimono, João sequer poderia pisar no tatame.

– Foi angustiante – confessou a mãe do atleta, visivelmente emocionada. – Meu filho treina há anos para esse momento, e ver tudo ameaçado por um erro logístico... não dá para descrever.

Final feliz de cinema

Mas eis que, quase no último minuto possível, a notícia salvadora: a mala foi localizada! E não apenas localizada – a Gol organizou um voo especial para transportar a bagagem até Buenos Aires, chegando literalmente horas antes da pesagem oficial.

João, que manteve uma calma impressionante durante todo o processo (algo notável considerando suas características autistas), finalmente pôde respirar aliviado. Seu quimono estava intacto, pronto para a batalha.

Mais que uma medalha

O atleta, que treina no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, não apenas competiu como deixou sua marca no Pan-Americano. Mas a verdadeira vitória, convenhamos, já havia sido conquistada antes mesmo do primeiro ippon.

– Isso mostra a resiliência desses atletas – comentou um dos técnicos da delegação brasileira. – E também evidencia como o sistema precisa se adaptar melhor às necessidades especiais. João merece todos os créditos por manter o foco em meio ao caos.

Para a família, a lição vai além do esporte: é sobre nunca desistir, mesmo quando tudo parece dar errado. E sobre a importância de empresas assumirem responsabilidades e agirem rapidamente para corrigir falhas.

João Gabriel voltou para casa com mais do que experiências – voltou com a certeza de que pode superar qualquer obstáculo, dentro ou fora do tatame.